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Mais de 50 câmeras estão sem funcionar em bairros da Serra

Mais de 50 câmeras estão sem funcionar em bairros da Serra

Prefeitura promete conserto em até três meses, mas moradores reclamam de insegurança

Publicado em 21 de junho de 2019 às 23:46

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21/12/2007 - Funcionário da Prefeitura da Serra instala câmera de vigilância para festa de São Benedito, em Serra sede. (Carlos Alberto Silva/Arquivo AG)

Das 158 câmeras de videomonitoramento que estão instaladas na Serra, 54 – ou seja, um terço – estão sem funcionar. O cenário deve ficar assim por mais cerca de três meses, que é o prazo máximo em que a prefeitura planeja ter toda a rede de videomonitoramento do município funcionando de volta.

Não é a primeira vez que os equipamentos ficam sem funcionar na cidade. Em 2016, mais de 50 câmeras ficaram fora de operação. Entre os motivos alegados na época pela prefeitura estavam necessidade de manutenção e vandalismo.

Na Grande Vitória, a Serra é a cidade que possui mais câmeras fora de operação. Vila Velha, que conta com 197 aparelhos, tem 39 com problemas.

Enquanto as câmeras não são consertadas, os moradores reclamam da insegurança. O presidente da Associação de Moradores de Novo Horizonte, Miranda Neto, reclama da situação na Serra. “Houve gasto de dinheiro com a instalação e eu acho que para um atendimento razoável a quantidade é bastante. Só que não adianta ter e não funcionar”, conta.

CRIMES

Miranda detalha que os moradores descobriram que as câmeras da Avenida Brasil, por exemplo, estão sem funcionar porque sempre que um crime acontecia por lá e as imagens da prefeitura nunca apareciam nas investigações. Ele diz que os moradores nunca tinham acesso às gravações.

“Até a polícia já reclamou que não tem as imagens. As câmeras foram instaladas para isso, não é? Ajudar a inibir violência e solucionar os casos das investigações. Mas nada disso é feito”, lamenta.

Jesmar, Eudecir, Lima e Miranda, moradores de Novo Horizonte, em uma das ruas onde as câmeras não operam. (Vitor Jubini)

A Associação de Moradores de Novo Horizonte acredita que, com as câmeras funcionando, a violência e insegurança no local poderiam diminuir. “Mas os bandidos já sabem que não está funcionando. Então, eles não têm nem medo”, conclui.

A Prefeitura da Serra se limitou a dizer, por meio de nota, que em até três meses vai colocar 100% de suas câmeras funcionando. Informou que dos 158 aparelhos instalados, 100 são do projeto Olho Digital, do governo do Estado, e o restante é do próprio município.

“Após a conclusão da licitação, a Secretaria de Defesa Social vai iniciar um estudo para ampliar o número de câmeras na cidade”, diz o fim da nota enviada pela prefeitura à reportagem.

OUTRAS CIDADES

Já Vitória, com 230 câmeras, e Cariacica, com 113, alegam que todo o videomonitoramento está operando regularmente.

Segundo o secretário de Segurança Urbana da Capital, Fronzio Calheira, o que acontece eventualmente é a necessidade de manutenção das câmeras.

“Temos um contrato com uma terceirizada que cuida disso. Quando tem algum problema, a central já é direcionada. Existe uma manutenção que é de praxe, como limpeza das lentes e protetores de lentes, além do conserto quando há necessidade”, diz, apontando que às vezes as câmeras são alvo até de vandalismo.

VANDALISMO

Isso é o que também revela o secretário de Defesa Social de Cariacica, Alexandre Ribeiro. “A maioria dos casos é de vandalismo. Acontecem manutenções programadas, de tempos em tempos, e também o conserto de câmeras de forma pontual. Mas o grosso é vandalismo mesmo”, destaca.

De acordo com ele, nenhum dos 113 aparelhos do município está fora de operação.

VILA VELHA TEM 39 APARELHOS COM PROBLEMAS

Levantamento da Prefeitura de Vila Velha mostra que, das 197 câmeras na cidade, 39 têm problemas. Segundo o coordenador da Central de videomonitoramento do município, Fábio Barcellos, esses aparelhos estão “funcionando mal” e necessitam passar por uma manutenção. Alguns, inclusive, precisam de reposição.

Entre esses equipamentos, há desde aqueles que estão com o zoom sem funcionar ou que não estão mexendo de um lado a outro até os que, efetivamente, pararam de funcionar. “Das 197 que temos na cidade cerca de 20% estão em manutenção. Temos um sistema programado para dar reparos constantes para evitar que o aparelho pare de operar. Mas às vezes acontecem casos pontuais”, diz Fábio, sem precisar quantas estariam, de fato, sem funcionar.

Segundo Fábio, a cada três meses a central escolhe uma região da cidade para focar os trabalhos de conservação. Se é identificada uma câmera operando mal ela é levada para laboratório e é recuperada, quando possível. “O percentual de câmeras que estão quebradas vem diminuindo gradativamente”, diz.

O coordenador admite que uma câmera que não funciona prejudica o trabalho preventivo. Ele diz que às vezes uma câmera na região já é suficiente porque elas possuem zoom de até um quilômetro, mas quanto maior o número de aparelhos, mais eficaz será o plano de segurança.

GRANDE VITÓRIA

Serra

Câmeras: 158

Fora de funcionamento: 54

Vila Velha

Câmeras: 197

Com problemas ou sem funcionar: 39

Vitória

Câmeras: 230

Fora de funcionamento: Prefeitura afirma que nenhuma

Cariacica

Câmeras: 113

Fora de funcionamento: Prefeitura diz que nenhuma

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