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ES tem o maior aumento de desmatamento de Mata Atlântica do país

ES tem o maior aumento de desmatamento de Mata Atlântica do país

Foram 19 hectares de floresta destruídos, mais que o triplo registrado em 2016-2017; mesmo assim, o ES figura entre os que menos desmatam, considerando tamanho de área destruída

Publicado em 23 de maio de 2019 às 20:27

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(Arquivo | GZ)

O Espírito Santo foi o Estado brasileiro que mais aumentou o desmatamento de Mata Atlântica entre 2017 e 2018, segundo dados de um levantamento realizado pela parceria entre o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e a Fundação SOS Mata Atlântica. Comparado ao período anterior (2016-2017), houve um crescimento de 316%.

No penúltimo estudo, o Espírito Santo tinha destruído cinco hectares da floresta tropical. Junto do Ceará, o Estado capixaba figurava como o que mais preservou a fauna no período. Porém, no último relatório técnico, esta área subiu para 19 hectares – e o ES caiu, consequentemente, para o quinto lugar no cenário nacional.

ES tem maior aumento de desmatamento de Mata Atlântica do país

Entre os outros oito Estados que também apresentaram uma piora, nenhum chegou a dobrar a área desmatada. Segundo que mais agravou o quadro, Goiás teve um aumento de 75%; seguido por Ceará (56%) e Santa Catarina (52%). A melhora mais significativa no período ficou por conta de Alagoas, que conseguiu diminuir o desmatamento em 97%.

ENTRE OS QUE MENOS DESMATAM

Embora apareça atrás de Ceará (7 ha), Alagoas (8 ha), Rio Grande do Norte (13 ha) e Rio de Janeiro (18 ha), o ES ainda figura entre os Estados classificados no nível de desmatamento zero, no qual entram somente os que desflorestaram menos de 100 hectares – o equivalente a 1 km². Nesta categoria também estão: Paraíba (33 ha), Pernambuco (90 ha), São Paulo (96 ha) e Sergipe (98 ha).

MELHORA NO CENÁRIO BRASILEIRO

Apesar de o desempenho do Espírito Santo ser o pior na comparação entre os últimos dois períodos estudados, o desmatamento em âmbito nacional caiu 9,3%. Em 2016-2017, o Brasil havia destruído 125 km² da floresta tropical; já em 2017-2018, foram 113 km² – o menor número já registrado desde 1985.

De acordo com a coordenadora técnica do estudo e pesquisadora do INPE, Ieda Del’Arco Sanches, esta é a primeira vez que o desmatamento diminuiu em dois anos consecutivos, desde 2010-2011, quando o Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica passou a ser feito anualmente.

O RELATÓRIO

Ao todo, o Atlas da Mata Atlântica avaliou 17 estados brasileiros, totalizando uma área superior a 130 milhões de hectares. Por causa de nuvens, o estudo não conseguiu avaliar 3% deste território e outros 10% também ficaram comprometidos. Segundo os resultados, restam 16,2 hectares de florestas nativas, o que equivale a apenas 12,4% da área original do bioma.

Já mais especificamente em relação ao Espírito Santo, o levantamento não pode analisar 8% do território estadual, que está todo dentro da área mapeada pela Lei da Mata Atlântica, usada como base para o atlas. Quatro áreas concentraram o maior desmatamento no período de 2017-2018; porém, estas não foram identificadas por municípios.

A IMPORTÂNCIA DA MATA ATLÂNTICA

De acordo com a diretora-executiva da SOS Mata Atlântica, Marcia Hirota, o bioma estudado abrange cerca de 15% do território brasileiro e abriga cerca de 72% da população. “Essa floresta possibilita atividades essenciais para a nossa economia, como agricultura, pesca, geração de energia, turismo e lazer”, explicou.

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Há também a incontestável importância para a fauna do país. “Mais de 60% das espécies de animais ameaçados de extinção do Brasil estão na Mata Atlântica. São 992 tipos de aves; 289 mamíferos e 350 peixes, por exemplo”, disse. “Além das mais de 15 mil espécies de plantas, das quais 8 mil só existem nessa floresta”, completou.

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