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Detran-ES exonera três servidores suspeitos de participar de fraudes

Detran-ES exonera três servidores suspeitos de participar de fraudes

Servidores foram presos na última quinta-feira, em uma operação contra uma quadrilha que fraudava registros de veículos no estado

Publicado em 5 de agosto de 2019 às 15:17

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Operação Replicante prendeu 10 pessoas suspeita de fraudar documentos do Detran-ES. (Divulgação/MPES)

O Departamento de Trânsito do Espírito Santo (Detran) exonerou três servidores apontados como integrantes de uma quadrilha que fraudava documentos de veículos no Estado. O caso foi divulgado na última quinta-feira quando 10 membros suspeitos de participação no esquema foram presos em uma operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

Segundo a informação publicada no Diário Oficial desta segunda (05), foram exonerados os servidores Wagner Meloni da Silva, Fabiana Barela de Oliveira Bessa e Túlio Brum. Os três eram vinculados ao Ciretran da cidade de Mimoso do Sul, no interior do estado. A publicação no Diário Oficial informa que Wagner da Silva e Túlio Brum atuavam como agentes de serviço, enquanto Fabiana Bessa era chefe do Posto de Atendimento Veicular na cidade de Apiacá, no Sul do estado.

Detran-ES exonera três servidores suspeitos de participar de fraudes

DETIDOS CONTINUAM PRESOS

A Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) informou que Wagner da Silva e Túlio Brum estão presos no Centro de Detenção Provisória de Viana 2. Fabiana Bessa está no Centro Prisional Feminino de Cariacica. O Detran também comunicou que quatro despachantes perderam todo o acesso ao sistema de veículos.

COMO FUNCIONAVA O ESQUEMA?

No dia da operação, o Ministério Público do Espírito Santo informou que cerca de 40 servidores do Detran são investigados suspeitos de participação no esquema. O Detran informou que recebeu um ofício do Gaeco, com as informações de todas as transações sob investigação. Por isso, foi iniciada a identificação de todos os servidores e despachantes que, de alguma forma, participaram das transferências desses veículos. Após a conclusão da identificação, será instaurada sindicância para definir a responsabilidade de todos os envolvidos.

Fraude de R$ 100 milhões é investigada no Espírito Santo. (Divulgação/MPES)

As investigações revelaram provas de fraudes no registro de veículos em nome de inúmeras pessoas. Estão sob investigação 896 registros de veículos no estado, com valor estimado de fraude superior a R$ 100 milhões.

O promotor de justiça Tiago Pinhal explicou que as investigações começaram em outubro de 2018. Segundo ele, a quadrilhada usava dados da Base de Índice Nacional (BIN) para selecionar carros que tinham registro no sistema e que nunca haviam sido emplacados. O grupo usava os dados desses veículos para falsificar os documentos e até mesmo adulterar chassis de carros roubados ou furtados.

Uma pessoa, a chamada demandante, entregava documentos falsos ao despachante. Em seguida, o despachante fazia a solicitação do registro do carro ao Detran. O funcionário, que participava do esquema, aprovava esse pedido de registro, baseado em documentos falsos. As investigações apontam que os funcionários do Detran aprovavam o registro de veículos sabendo das irregularidades na documentação.

MUDANÇA NO SISTEMA DO DETRAN

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Após a operação, o diretor-geral do Detran, Givaldo Vieira, afirmou que uma mudança no sistema do departamento foi colocada em funcionamento, limitando o acesso dos despachantes aos dados do BIN. Givaldo Vieira também afirmou que será criado um sistema específico de atendimento para os despachantes, para serviços como o licenciamento e emplacamento.

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