Publicado em 23 de outubro de 2019 às 16:02
Nícolas Cardoso tem 15 anos e é dono de mechas de cabelos hidratados e com um brilho de dar inveja. Ele se dedicou por 10 meses para que cada fio ficasse perfeito. Essa atitude poderia até ser interpretada como vaidade, porém a preocupação do adolescente foi por um ato de solidariedade. Seu cabelo vai se tornar peruca para presentear crianças em tratamento do câncer, assistidas na Associação Capixaba Contra o Câncer Infantil (Acacci). >
Pensei em deixar o cabelo crescer no início deste ano. Cheguei na escola com ele curto e deixei o cabelo crescer para doar. Acho que é uma atitude boa. E depois o cabelo vi crescer de novo e vou poder doar novamente, disse Nícolas. >
O estudante faz parte de um grupo composto por 24 pessoas, entre crianças, jovens e adultos, que cortaram seus cabelos na tarde desta segunda-feira (21) para doação, na Universidade Aberta do Brasil (UAB), em Vila Velha. As mechas cortadas vão virar perucas, que serão confeccionadas por detentos de Colatina, no Noroeste do Estado. >
Já tínhamos 12 cabelos que as pessoas cortaram e nos entregaram. Hoje cortamos cabelos de mais 24 pessoas. Com essa quantidade de cabelo, podemos ter 22 perucas confeccionadas, explicou a coordenadora da Universidade Aberta do Brasil (UAB), Polo Vila Velha, Andréa Toniato. >
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Rafaela de Almeida Tavares, de 9 anos, também cortou seu cabelão. Quando a mãe a perguntou se ela queria doar as madeixas, de imediato a pequena ficou receosa com a ideia. Eu gostei mais ao menos quando minha mãe falou porque eu gostava do meu cabelo grande, mas também é um ato de bondade doar para quem precisa, disse Rafaela, após o corte. >
Outra que deixou parte de seu cabelo foi a estudante Maísa Madureira Vidal Nunes, de 29 anos. Sempre foi um sonho meu e, tendo essa oportunidade, vi que era a hora. É importante porque meu cabelo vai crescer. E pensar que um pedacinho que estou doando vai fazer uma criança feliz é gratificante. É o mínimo que a gente pode fazer, afirmou. >
GORROS >
Além das Perucas, a UAB segue com outro projeto: a confecção de gorros. Esses acessórios são feitos pelas mãos de senhoras habilidosas, como a aposentada Glória Agripino de Oliveira, de 64 anos. Eu já tinha noção de como fazer, aí fiz uns 15. Minha preocupação e minha tristeza foram embora com esse trabalho, disse dona Glória>
A professora aposentada Ana Maria dos Santos Bastos, de 66 anos, diferente de dona Glória, aprendeu o tricô para fazer o gorro que ela mostra com orgulho e felicidade, sentimento que parecia distante para ela nos últimos anos. Estava com depressão e o ato ajudou em seu tratamento. As crianças que estão me ajudando, pois com isso estou saindo de uma depressão, disse>
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