Publicado em 6 de fevereiro de 2018 às 01:20
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Mais de três anos após a assinatura do contrato e inúmeras promessas de execução, o Contorno do Mestre Álvaro ainda está longe de sair do papel. A rodovia, que ajudaria a desafogar o tráfego da BR 101 na Serra, teve suas obras paralisadas após irregularidades detectadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU).>
Mas, até ontem, o Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte no Estado (Dnit-ES) ainda não tinha entregue ao Tribunal os documentos que comprovam que as irregularidades foram sanadas. Continuamos aguardando os documentos, relatou o secretário de Controle Externo do Tribunal de Contas da União (TCU) no Estado, Edmur Baida.>
PROMESSAS>
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Em agosto do ano passado, durante visita ao Estado, o ministro dos Transportes, Maurício Quintella, prometeu que as obras começariam em setembro. Como cronograma, início das obras do contorno deve ser em setembro.>
Em outubro do mesmo ano, com um atraso em relação a promessa anterior de um mês, o superintendente do Dnit-ES à época, Ezio Gonçalves dos Reis, informou que o novo projeto, contemplando as mudanças estabelecidas pelo TCU, já tinha sido feito. E prometeu: A expectativa é de encaminhá-los para o TCU nos próximos 15 dias. O prazo venceu no início de novembro do ano passado.>
O novo diretor do órgão, André Martinez, informou agora que as soluções para os problemas identificados pelo TCU vão ser apresentadas por Brasília, na semana que antecede ao carnaval.>
PREJUÍZOS>
As apurações realizadas pelo TCU identificaram que a forma como o consórcio vencedor da licitação Contractor, Pelicano, SulCatarinense e Enecon quer realizar as obras pode acabar resultando em prejuízos para os cofres públicos (veja no quadro abaixo).>
Para que ocorra a suspensão da cautelar, o assunto terá ainda que passar pelas mãos do ministro relator, Augusto Sherman Cavalcanti, cujo voto seguirá ainda para a sessão do TCU, onde será julgado pelos demais ministros.>
AS IRREGULARIDADES APONTADAS PELO TCU>
LICITAÇÃO>
Aprovada>
Venceu a licitação o consórcio Contractor, Pelicano, SulCatarinense e Enecon, em contrato assinado em 10 de dezembro de 2014, no valor de R$ 290 milhões.>
Execução>
O consórcio é o responsável pela elaboração de projetos e execução das obras de implantação do Contorno do Mestre Álvaro, na BR 101, com extensão de 19,7 km, em pista dupla nos dois sentidos, canteiro central, acostamentos e 14 obras de arte especiais.>
Etapas>
As obras foram divididas em dois trechos. Um contém estabilização de aterros sobre solos moles (tipo mangue), com elevado grau de dificuldade, alto custo e baixo faturamento. No outro trecho, as obras apresentam baixa complexidade e alta rentabilidade para o consórcio que venceu a licitação.>
IRREGULARIDADES>
Prejuízos>
O TCU constatou fortes indícios de que as obras de terraplanagem no trecho de menor complexidade ocorram antes da aprovação da totalidade do projeto básico. Como medições e faturamentos serão feitos com base no preço médio desse serviço, há risco de que a execução antecipada desse trecho ocasione grave desequilíbrio econômico-financeiro na execução contratual em favor do consórcio. O que também poderá desestimular a realização das obras do outro trecho, com grau de dificuldade elevado, custo alto e baixo faturamento.>
Impasse>
Para o TCU, há a possibilidade de um impasse a ponto de inviabilizar o empreendimento e ocasionar dano ao erário, especialmente porque o consórcio executor contestou as soluções adotadas no anteprojeto.>
Cautelar>
O TCU, por medida cautelar o que é semelhante a uma decisão liminar (provisória) , determinou a suspensão do início das obras até que as irregularidades sejam sanadas.>
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