Palco de muitas reuniões políticas e encontros que determinam os caminhos tomados pelo Governo do Espírito Santo, o Palácio Anchieta, no Centro de Vitória, teve uma manhã atípica nesta segunda-feira (10). Jesuítas devotos de São José de Anchieta realizaram uma missa no local onde o espanhol declarado santo pela Igreja Católica foi enterrado, em 1597. A celebração foi em lembrança a morte do santo, ocorrida em 9 de junho de 1597.
Muito antes de se tornar a sede do Poder Executivo estadual, o local onde funciona hoje o Palácio Anchieta já foi sede do Colégio dos Jesuítas no Espírito Santo, construído em 1551. A celebração desta segunda-feira (10) teve um peso histórico porque os jesuítas não realizavam uma missa no local há pelo menos 250 anos.
O corpo de São José de Anchieta foi retirado da sepultura há muitos anos e levado para fora do Brasil. No entanto, o túmulo existente no Palácio Anchieta nunca foi retirado de lá. Uma grande lápide de mármore guarda registros escritos em latim, marcando o dia e o ano em que o religioso morreu.
De acordo com o Padre Bruno Franguelli, vice-reitor do Santuário São José de Anchieta, os jesuítas foram expulsos do Brasil em 1759 e não há registros de qualquer outra missa celebrada por jesuítas no Palácio Anchieta desde meados do século XVIII.
"Anchieta foi uma grande conciliador, um homem que se dedicou à cultura e que percebeu que o ser humano era incapaz de viver sem a cultura e sem educação de qualidade. Ele sabia que o Brasil não poderia ser edificado sem uma atenção à educação", opinou o padre.
São José de Anchieta, jesuíta espanhol, veio para o Brasil na comitiva de Duarte da Costa, em 1553, e aqui atuou na catequização de índios e na evangelização durante a segunda metade do século XVI. Foi também teatrólogo, historiador e poeta. Além disso, é o único santo que viveu e morreu em terras capixabas.
Além da missa, também ocorreu nesta segunda-feira (10) o lançamento de um livro de orações devotas de São José de Anchieta. A obra, batizada de Devocionário de São José de Anchieta - Apóstolo e Padroeiro do Brasil, possui biografia, imagens, novena e orações. O livro foi escrito pelo próprio Bruno Franguelli, vice-reitor do Santuário São José de Anchieta.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta