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Ameaças em colégio preocupam famílias no ES

Ameaças em colégio preocupam famílias no ES

Estudante teria enviado fotos armado a colegas em Vitória

Publicado em 15 de março de 2019 às 10:24

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Fachada da Escola Elza Lemos, São Pedro. ( Ricardo Medeiros )

Um dia após alunos da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Elza Lemos Andreatta, em Ilha das Caieiras, de São Pedro, Vitória, denunciarem à reportagem que um estudante do local enviou aos colegas fotos armado, fazendo ameaças, pais e responsáveis procuraram o colégio desesperados. Porém, a assessoria de imprensa da Secretaria de Estado da Educação (Sedu) afirmou novamente que o caso não aconteceu.

A informação das ameaças foi passada pelos alunos – que não serão identificados por segurança – na última quarta-feira, após o ataque em escola de Suzano, em São Paulo, que vitimou sete pessoas dentro da instituição, além dos dois atiradores – um deles matou o comparsa e se suicidou. Eles contaram que depois do massacre, um estudante da escola de São Pedro postou fotos armado em um grupo de WhatsApp e disse que se “vacilarem” com ele, iria entrar na escola e matar a todos.

Um funcionário do colégio, que preferiu não se identificar, contou que durante todo o dia pais e responsáveis amedrontados foram ao local para entender o que estava acontecendo. Ele contou que muitos não deixaram os filhos participarem das aulas ontem.

Aspas de citação

Eu tive que acalmar muita gente. Esse tipo de ameaça, de jovens mais rebeldes, são comuns. Quando eles estão mais problemáticos, passam aqui, dizem que vão meter bala na escola, mas acredito que seja da boca para fora. Fazem isso para colocar medo e impor poder. Uma brincadeira de mau gosto que acaba assustando muita gente

Funcionário do colégio
Aspas de citação

O funcionário também confirmou que há cerca de dois anos um aluno entrou na escola armado, assim como foi contado pelos estudantes na última quarta-feira.

“Isso foi um caso a parte. Já era um aluno que tinha problemas com a Justiça. Foram os próprios estudantes que contaram aos funcionários que ele estava exibindo uma arma. A polícia foi chamada, não encontraram a arma com ele, mas tomaram as medidas cabíveis e ele foi afastado da escola”, contou.

Sobre o aluno que teria feito as ameaças com fotos armados, os estudantes contam que ele foi expulso. Porém, a assessoria da Sedu afirma que o afastamento não aconteceu.

BOATO

Quando os pais chegavam na escola Elza Lemos Andreatta para buscar informações sobre o assunto, a resposta que recebiam da direção é que o caso tratava-se de um boato.

“Vim na escola buscar informações porque fiquei preocupada. A gente sabe que tem um ou outro adolescente mais problemático que faz ameaças para aparecer. Mas eu sempre gostei da escola e nunca vi nada que pudesse temer”, disse a auxiliar de serviços gerais Solange Tamanini, de 43 anos, mãe de um estudante de 15 anos.

Outra mãe, que preferiu não se identificar, uma secretária, de 39 anos, contou que soube do caso na internet. Segundo ela, o filho, de 14 anos, que estuda na escola, não quis ir à aula ontem.

“Eu fiquei muito preocupada. Meu filho nem quis ir à escola. Fui ao colégio para buscar informações e vi um tumulto de gente, mães preocupadas, querendo saber sobre a segurança. Mas a diretora disse que era fake news”, contou.

Ela destacou que, “sendo verdade ou boato”, é preciso que o caso seja investigado. “Porque antes isso só acontecia fora do país, agora aconteceu em um Estado vizinho. Minha preocupação é porque eu sei que nessa escola tem alunos problemáticos, inclusive que usam drogas dentro do colégio. A direção deveria dar uma atenção maior a esse assunto”, afirmou.

RELATO DE EX-ALUNO

"PRESÍDIO FANTASIADO DE ESCOLA”

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Um ex-aluno da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Elza Lemos Andreatta, em São Pedro, Vitória, disse que saiu da instituição porque ela é um “presídio fantasiado de escola”. Hoje o adolescente frequenta uma escola estadual de outra região, mas esteve na Elza Lemos Andreatta por dois anos e disse que sair de lá foi um “livramento”. “Estudei lá dois anos e, graças a Deus saí. Aquela escola é um presídio fantasiado de escola. Muito complicada”, afirmou o jovem. Ele e outros estudantes da rede pública ouvidos por A GAZETA disseram que já ouviram queixas de professores sobre a dificuldade de dar aulas na unidade.

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