Publicado em 10 de março de 2020 às 06:41
O Instituto de Tecnologia da Califórnia, também conhecido como "Caltech", eleito diversas vezes como a melhor universidade do mundo, possivelmente contará no seu quadro de alunos de 2020 com três brasileiros, entre eles, um capixaba: o estudante Antônio Victor Machado de Oliveira, de 18 anos. >
No último sábado (7), ele recebeu a notícia de que havia sido um dos cerca de 200 aprovados para estudar da universidade, que é um dos principais centros de pesquisa estadunidenses, conhecido pelas pesquisas de ponta que produz e por seus laboratórios de alta tecnologia. Entre eles, está o Laboratório de Propulsão de Foguetes da NASA, agência espacial dos EUA. Ele fará o curso de Engenharia Elétrica e da Computação.>
Antônio Victor estudou no Ifes de Vitória, onde concluiu também o técnico em eletrotécnica, em 2019, e foi aprovado para o curso de Medicina na USP, em São Paulo. Ele iniciou o curso na capital paulista enquanto aguardava o resultado de processos seletivos internacionais. >
Além do Caltech, ele também tentou ingressar em outras seis universidades fora do país, das quais ainda espera o resultado: o Massachusetts Institute of Technology (MIT), Rice University (no Texas), Johns Hopkins University (Baltimore), Universidade Northwestern (Illinois), Universidade Carnegie Mellon (Pensilvânia) e Universidade de Pensilvânia. >
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Antônio Victor tem que tomar a decisão até maio, para começar as aulas em setembro. Mesmo que seja aprovado em alguma outra instituição, ele afirma que a Caltech é uma de suas principais alternativas. >
Universidades como a Caltech não tem histórico de aprovar alunos brasileiros. A instituição é uma verdadeira "pequena notável" no meio acadêmico, contando com pouco mais de 2 mil alunos de graduação e pós-graduação. São apenas três alunos para cada professor.>
Para ser aprovado, Antônio Victor teve que superar etapas de um percurso rigoroso do processo de aceitação de seu nome. A preparação para cursar graduação no exterior ocorre essencialmente ao longo dos três anos do Ensino Médio, e vem acompanhada de uma seleção com provas, redações, recomendações e entrevistas.>
"O processo é um pouco mais complexo do que o das faculdades do Brasil, em que você é admitido somente por sua pontuação na prova. Tive que fazer redações respondendo a perguntas específicas, fizeram avaliações sobre minhas atividades extracurriculares, como premiações em competições, olimpíadas. É uma avaliação mais holística, em que eles compõem uma imagem de um aluno que querem ver na instituição. É difícil os brasileiros serem aprovados porque eles priorizam alunos dos Estados Unidos, e o restante entra em uma 'cota' internacional", contou. >
O estudante teve que fazer duas provas objetivas, que foram aplicadas em São Paulo. Uma é de conhecimentos gerais, semelhante ao Enem, e outra específica, de química, física e matemática. >
Além de uma rotina de horas de estudo diárias, Antônio Victor explica que na preparação para o processo seletivo ele precisou focar em participar de atividades extracurriculares. Ele já foi premiado em olimpíadas científicas, ganhou uma competição de robótica, além de ter sido, durante o Ensino Médio, aluno bolsista de iniciação científica, estudando Realidade Virtual, no Ifes. >
Além disso, foi um dos 45 selecionados pela Fundação Estudar para um programa que dá orientação para quem quer estudar fora do país, o projeto "Estudar Fora". Nele, o capixaba recebeu aulas com assessoria em educação internacional, orientações sobre materiais, redações e entrevistas. >
De acordo com Antônio Victor, a ideia de tentar passar em Medicina, mas ao mesmo tempo disputar uma vaga nas maiores faculdades de tecnologia do mundo tem a ver com seu grande interesse de estudo: integrar conceitos de neurociência com a engenharia, desenvolvendo tecnologias que integrem os dois campos. >
"Essas grandes universidades têm uma flexibilidade para escolher as matérias que quero focar e me desenvolver. Eu sendo aprovado lá, que é a vanguarda tecnológica no mundo, vou poder desenvolver tudo isso.">
Para acompanhar o ritmo do instituto, ele acredita que será preciso uma dedicação em tempo integral. "Lá tem a fama de ser uma faculdade extremamente puxada, que vai demandar bastante dos alunos. E tem um código de honra que eles esperam que os alunos vão seguir. Um exemplo é que você pode pegar a prova com o professor e entregar no dia que você quiser, e esperam que o aluno não vá trapacear. É uma universidade menor, com a comunidade mais unida, e com poucos alunos, o que faz com que tenham uma relação mais próxima com o professor", afirma. >
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