Publicado em 9 de outubro de 2020 às 07:31
A Polícia Federal investiga um esquema de fraudes e desvios de recursos do governo federal que envolve proprietários de imóveis rurais e empresários do Sul do Estado. Eles estariam forjando projetos e produzindo notas fiscais frias para obter empréstimos a juros baixos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), financiado pela União. O órgão não informou quantas pessoas são investigadas nem o montante desviado, mas disse que "chega a casa dos milhões de reais".
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Nesta sexta-feira (8), foram cumpridos oito mandados de Busca e apreensão nos municípios de Mimoso do Sul, Apiacá e Alegre que resultaram na apreensão de documentos, mídias e equipamentos como discos rígidos, celulares e pendrives. O material ainda será analisado pela Polícia Federal. >
O Pronaf é um programa do governo federal para conceder empréstimos para fomentar a agricultura familiar. Por isso, o prazo de pagamento e os juros cobrados são muito mais vantajosos se comparados a um financiamento bancário comum. >
Este financiamento é, muitas vezes, intermediado por empresas que fornecem assessoria técnica ao agricultor, auxiliando na elaboração do projeto a ser apresentado ao banco, na reunião de documentação etc.
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Durante a operação, batizada de "Apanha", foram colhidos indícios de um esquema envolvendo proprietários de imóveis rurais, algumas dessas empresas de assessoria técnica, e também empresas que vendem implementos agrícolas e mudas vegetais. >
A fraude funcionava da seguinte forma: após liberação dos recursos pela instituição financeira, era emitida uma nota fiscal fria pelas empresas de implementos agrícolas. Essa nota era apresentada para comprovação de gastos junto ao Pronaf. >
Com isso, a empresa emissora da nota fiscal e a empresa de assessoria técnica recebiam uma parte do valor do financiamento, e o proprietário rural utilizava o restante do valor para qualquer outra finalidade.>
A Polícia Federal informou que as investigações prosseguirão a partir da análise do material apreendido e realização das perícias. >
Os crimes investigados são os de obtenção de financiamento mediante fraude, e aplicação indevida de recursos obtidos através de financiamento bancário (arts. 19 e 20 da Lei de Crimes Financeiros) e associação criminosa (art. 288 do Código Penal). As penas combinadas chegam aos seis anos de prisão. >
O Ministério Público Federal (MPF) informou que apura o caso, que corre em segredo de Justiça.>
Com informações da Polícia Federal
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