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PF apreende mais de R$ 600 mil em operação contra câmbio ilegal no ES

PF apreende mais de R$ 600 mil em operação contra câmbio ilegal no ES

Ao todo, foram apreendidos R$ 647.683,35 em moedas de oito países diferentes; foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão em Vitória e Vila Velha nesta quinta (9)

Publicado em 9 de dezembro de 2021 às 12:13- Atualizado há 2 anos

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Dinheiro encontrado pela Polícia Federal
Dinheiro encontrado pela Polícia Federal. (Polícia Federal)

Polícia Federal apreendeu um total de R$ 647.683,35 na Operação Face Oculta, realizada nesta quinta-feira (9), que visa a reprimir a prática de crimes contra o sistema financeiro nacional, consistentes em operações de câmbio ilegais, gestão fraudulenta e movimentação paralela à contabilidade. Foram apreendidos montantes de moedas de oito países diferentes em uma casa de câmbio em Vitória.

Os valores apreendidos pela PF foram:

  • R$ 210 mil 
  • 26.110 dólares (R$ 145.171,60)
  • 33.800 euros (R$ 212.602)
  • 3.000 libras (R$ 22.020)
  • 7.555 dólar australiano (R$ 30.068,90) 
  • 870 dólares canadenses (R$ 3.810,60)
  • 368.630 pesos argentinos (R$ 20.274,65)
  • 566.000 pesos chilenos (R$ 3.735,60)

Somados os R$ 210 mil, mais os valores acima convertidos pela reportagem de A Gazeta, conforme a cotação do dia, o montante apreendido chegou a R$ 647.683,35 em moedas de oito países diferentes.

Além disso, foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão na Grande Vitória — um em Vila Velha e três em Vitória — em endereços residenciais e comerciais de proprietários e pessoas ligadas às empresas investigadas.

O superintendente da Polícia Federal no Espírito Santo, Eugênio Ricas, explicou que a prática criminosa é utilizada por traficantes e corruptos para fazer com que o dinheiro pareça lícito.

"Esse tipo de recurso é muito utilizado por grandes organizações criminosas de corruptos e traficantes para mandar dinheiro ilegal para o exterior e também para lavar dinheiro. Dá uma aparência de licitude àqueles recursos que são oriundos de atividades criminosas", detalhou.

Ele ainda esclareceu que a casa de câmbio investigada também ganhava em cima dos valores que eram comercializados em moeda estrangeira. "Há autorizações e limitações estabelecidas pelo Banco Central. Nesse caso, a empresa podia comercializar uma quantia, mas comercializa o triplo, por exemplo. Além do ganho nessa operação, pode ter havido sonegação. Isso será apurado pela Receita Federal", afirmou.

Segundo Eugênio Ricas, as investigações que culminaram na Operação Face Oculta começaram há cerca de dois anos. "Nós tivemos as informações iniciais, fizemos diligências nessa casa de câmbio, constatamos que havia operações ilegais e hoje demos cumprimento aos mandados de busca e apreensão", contou.

O objetivo das ações desta quinta-feira, além do cumprimento das ordens judiciais, é obter novos elementos de provas para desmantelar o esquema criminoso dedicado ao cometimento de crimes contra o sistema financeiro nacional.

O superintendente também esclareceu que, por enquanto, não houve necessidade de pedidos de prisão temporária ou preventiva. "Nós, agora, vamos ouvir algumas pessoas e devemos concluir a investigação, que será encaminhada ao Ministério Público. No final, o juiz entendendo que há provas, essas pessoas serão condenadas", disse.

Os investigados poderão ser responsabilizados pelos crimes de gestão fraudulenta, movimentação paralela à contabilidade, fraude cambial e associação criminosa, com penas que podem chegar a 24 anos de prisão.

ENTENDA O CASO

As investigações tiveram o objetivo de apurar possíveis operações de câmbio realizadas à margem dos sistemas oficiais por uma empresa correspondente cambial. As provas reunidas demonstraram a falta de formalização de registro de operações de câmbio para a aquisição de moeda estrangeira.

Polícia Federal deflagra Operação Face Oculta
Dinheiro apreendido pela Polícia Federal na Operação Face Oculta. (Divulgação | Polícia Federal)

Segundo a Polícia Federal, observou-se também uma intensa movimentação financeira, muito além da capacidade financeira e atividade econômica da empresa administrada pelos investigados, em muitos casos contando com a colaboração de funcionários da empresa.

A Polícia Federal afirma que um dos investigados foi condenado em primeira instância por crimes semelhantes em investigação realizada pela PF no Espírito Santo ainda no ano de 2012, bem como também foi investigado na operação do Banestado ocorrida no estado do Paraná, que apurava evasão de divisas entre 1996 a 2002.

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