Publicado em 16 de outubro de 2019 às 16:53
FOLHAPRESS - O presidente Jair Bolsonaro lançou nesta quarta-feira (16) uma Medida Provisória para estimular a regularização de dívidas de contribuintes com o governo federal por meio da negociação de débitos tributários, com descontos de até 70% para microempresas e pessoas físicas. Pela iniciativa, poderão ser concedidos benefícios fiscais tanto aos compromissos em disputa judicial como aos já inscritos na dívida ativa e que cumpram requisitos, como o fato do contribuinte não ter praticado concorrência desleal ou ação fraudulenta.>
Além disso, serão beneficiados aqueles que têm dívidas classificadas como "C" ou "D" no rating da Dívida Ativa da União, que tenham reconhecido o débito junto ao poder público e que não tenham alienado bens ou direitos quando exigido pela legislação.>
A medida prevê desconto inicial de 50% sobre o total da dívida, que pode chegar a 70% no caso de pessoas físicas, bem como de micro ou de pequenas empresas. O prazo inicial de pagamento é de até 84 meses, que pode ser estendido para 100 meses.>
A estimativa da equipe econômica é que a medida, que ainda tem de ser aprovada pelo Congresso Nacional, permita a regularização de 1,9 milhões de devedores, que apresentam juntos uma dívida com o poder público que supera R$ 1,4 trilhão.>
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No discurso, Bolsonaro disse que a iniciativa tem como objetivo atender a quem produz, porque, segundo ele, é uma "dificuldade ser patrão no Brasil". Ele apelidou a medida provisória de "segunda chance" e disse que ela irá diminuir também a quantidade de processos judiciais.>
"O que nós pretendemos fazer é dar uma segunda chance para quem não deu certo no passado. Quantas vezes, junto ao nosso amor, um não dá uma segunda chance ao outro? É assim na vida, de maneira geral", afirmou.>
Em uma crítica à esquerda, ele classificou a gestão econômica do país como socialista e disse que a atividade do setor privado sofre uma "interferência enorme" do poder público.>
Afirmou que seu governo tem restabelecido a confiança de investidores estrangeiros ao fazer o país deixar de adotar uma postura socialista na área econômica.>
"[Há uma] quantidade de investidores que querem vir para o Brasil. Estão acreditando em nós. Isso vem de onde? Do restabelecimento da confiança, de cada vez mais nós deixarmos de sermos socialistas na economia. Nós somos socialistas", disse.>
O termo também foi usado por Bolsonaro em discurso na abertura da Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), em setembro. Ele disse que o Brasil ressurge agora "depois de estar à beira do socialismo", apesar de o país nunca ter tido um governo socialista.>
"O Brasil não pode ser socialista na economia? É. Uma interferência enorme por parte do Estado em cima de quem produz. Não podemos, nós Estado, olhar para o contribuinte, para quem produz, e termos uma ideia de que ali tem uma fonte de renda para nós. Isso não pode ser assim", afirmou.>
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