Publicado em 19 de outubro de 2019 às 08:37
Nem tudo são flores no campo dos ambientes de inovação. A falta de espaços, e de mão de obra são os principais gargalos enfrentados por quem pretende transformar ideias em projetos que possam ser comercializados.>
Para Denis Ferrari, da Azys Inovação, que ajuda os empreendedores a desenvolver suas ideias, a manutenção de mão-de-obra qualificada no Estado é um dos problemas para o desenvolvimento da área. Segundo ele, muitos profissionais deixam o Estado para ir trabalhar em outros centros.>
A gente tem qualidade de vida melhor do que em outros centros, como Rio de Janeiro e São Paulo, por exemplo, mas nós ainda perdemos muitos profissionais para esses locais e hoje em dia é muito complicado contratar programadores e desenvolvedores, avalia.>
O empreendedor Victor Farias, criador do LiftBank, uma startup voltada para ajudar outras startups, concorda que esse seja o calcanhar de Aquiles.>
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O ponto mais crítico é a formação de profissionais. As instituições ainda não estão tão preparadas para formar os profissionais. Muitas vezes temos que formar o profissional dentro da própria companhia, comenta.>
Outros representantes do setor também reclamam de que falta uma organização maior e uma colaboração entre os organismos que compõem o ecossistema. Segundo eles não é incomum diferentes incubadoras, por exemplo, disputarem uma mesma empresa quando o mais indicado seria as duas trabalharem com o mesmo empreendedor, mas em momentos de diferente maturação da empresa.>
Uma das coisas que precisamos é amadurecer a integração desses ecossistemas. Quando fiz meu mestrado, quase não havia essa integração. Já melhorou um pouco, mas é preciso fortalecer ainda mais. Assim teremos uma trajetória de sucesso, avalia o diretor de Extensão Tecnológica do Ifes, Rodolpho da Cruz Rangel.>
Já o criador da Superticket, startup voltada para a gestão de vendas em eventos, Plínio Escopelle, defende diferentes frentes de atuação para melhorar o setor. É preciso maior investimento do governo em tecnologia, maior network e sinergia entre startups e projetos locais e maior valorização dos produtos e serviços locais por meio dos contratantes, avalia.>
Montar uma empresa, trabalhar muito e ganhar rios de dinheiro. Esta lógica empresarial está ficando defasada para os novos empreendedores. Além de ser mais colaborativa entre si, a nova geração empresarial busca resolver o problema de uma causa com a qual se identifica, deixando a questão financeira um pouco abaixo.>
Não é que o dinheiro não tenha importância. Tem sim. O empreendedor quer ganhar dinheiro, mas quer ganhar através de uma causa que ele julga importante. É como se o crescimento financeiro fosse a consequência de uma causa maior, comenta Denis Ferrari, da Azys Inovação, que trabalha diariamente com novas ideias.>
Eu não consigo passar um perfil médio do empreendedor. Hoje temos cerca de 30 projetos. Sete acelerados e mais de 20 em pré-aceleração. Temos homens, mulheres, gente da periferia, de áreas privilegiadas, as mais diferentes formações. O que vejo de comum a todos é o brilho no olhar, acrescentou. >
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