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Com preço nas alturas, azeite ganha lacre antifurto em supermercado de Vitória

Com preço nas alturas, azeite ganha lacre antifurto em supermercado de Vitória

Aumento no valor do produto é o maior da série histórica; entenda os motivos da alta no preço e veja opções para substituir o ingrediente

Publicado em 17 de abril de 2024 às 15:02

Ícone - Tempo de Leitura 3min de leitura
Azeite de oliva ganha lacre anti furto supermercado Atacadão em Vitória.
Azeite de oliva é vendido com lacre antifurto em supermercado de Vitória. (Eduarda Lisboa/ A Gazeta)
Eduarda Lisboa
Estagiária / [email protected]

A alta dos preços do azeite de oliva tem assustado os consumidores da Grande Vitória. Nos últimos meses, o valor do produto subiu 53,48%, sendo o maior desde 2020. O preço aumentou tanto que o ingrediente ganhou nas prateleiras dos supermercados lacres antifurtos, comuns em artigos de luxo.

A cena surpreende quem antes tinha o azeite como um produto do cotidiano. A reportagem de A Gazeta apurou que a medida de segurança, mesmo que ainda não tenha virado uma politica comum, foi adotada em Vitória no supermercado Atacadão. Estabelecimentos em outros Estados também adotaram o lacre na mercadoria.

Somente em março o preço do azeite subiu 2,36%. No acumulado do ano, o valor do produto chegou a aumentar 12,21%. No mesmo período de 2023, a variação foi de 0,2%, segundo os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

O consumidor Moisés Joaquim já sentiu a diferença no bolso ao comprar o tradicional produto usado na culinária.

Com preço nas alturas, azeite ganha lacre antifurto em supermercado de Vitória
Moisés Joaquim e sua esposa decidiram diminuir o consumo de azeite devido a alta do preço do produto.
Moisés Joaquim e a esposa decidiram diminuir o consumo de azeite devido ao preço do produto. (Eduarda Lisboa)
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Nós usávamos bastante azeite em casa, principalmente minha esposa, que fazia torta capixaba. Mas o preço está mais salgado do que o bacalhau. Vamos ter que usar menos agora

Moíses Joaquim
Pedreiro
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O economista André Braz explica que a alta no valor do azeite de oliva é devido a questões climáticas que prejudicaram a safra das oliveiras na Espanha, em Portugal e na Grécia, maiores produtores mundiais do produto.

“O Brasil importa o azeite da Europa e, devido a problemas climáticos, houve uma oferta menor. Então, como o volume de exportação europeia diminuiu, o produto ficou ainda mais caro no mundo inteiro”, destaca Braz, que também é coordenador dos Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV-Ibre).

Alheia aos problemas na safra europeia de oliva, a professora Letícia Picallo optou por diminuir o consumo do azeite para economizar. “Eu usava bastante o azeite em casa. Agora já não uso tanto porque está muito caro, quase R$ 50,00. Achei que o preço fosse diminuir depois da Semana Santa, mas parece que ficou até mais caro", observa.

Letícia Picallo decidiu diminuir o consumo de azeite devido a alta do preço do produto.
Letícia Picallo se assustou com o aumento do preço do azeite. (Eduarda Lisboa/ A Gazeta)

Outros consumidores também pensaram que a alta no valor do produto era devido à demanda da Semana Santa, em que o azeite é um ingrediente fundamental para a tradicional torta capixaba. Entretanto, o preço não caiu nas semanas seguintes – e ainda não vai diminuir tão cedo.

“É uma alta que deve durar pelo menos até a próxima safra, por um período de 12 meses. Apesar de não ter uma safra curta, a oliva deve se estabilizar no preço atual e depois, finalmente, ter alguma queda, isso dependendo do resultado da próxima colheita. Lembrando que o mundo está cada vez mais exposto a eventos climáticos que podem prejudicar a produção agrícola” ressalta o especialista da FVG.

A Gazeta entrou em contato com o Atacadão sobre medida de segurança adotada na venda do azeite, mas não recebeu retorno até a publicação desta reportagem.

Produtos para substituir o azeite

Além de acentuar o sabor na culinária, o azeite extravirgem possui valor nutricional com propriedades antioxidantes, vitaminas, cálcio, ferro, magnésio, potássio, entre outras. Esse alimento traz ação anti-inflamatória, previne doenças cardiovasculares e reduz o colesterol, sendo um óleo saudável para o nosso corpo.

Por isso, para substituir o azeite por outros produtos mais em conta, a nutricionista Ana Carolina Rabelo alerta para a importância de observar, além do preço, o valor nutricional e a temperatura em que o alimento pode ser usado.

“Quando é submetido a aquecimento, um óleo pode liberar substâncias tóxicas. A temperatura que define esse momento é chamada de ponto de fumaça e é um fator que deve ser considerado principalmente em preparos como frituras, que exigem temperaturas mais elevadas.”, explica Ana Carolina.

Os óleos com o maior ponto de fumaça e que são recomendados para frituras e preparos de alimentos ao fogo são: 

  • Óleo de soja  - pode ser aquecido até 232°C
  • Óleo de girassol - pode ser aquecido até 230°C
  • Óleo de canola -  pode ser aquecido até 223°C

Já para saladas, a nutricionista recomenda os óleos de amendoim e gergelim, que são ricos em vitaminas E, B1 e B2.

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