Pedidos de demissão devem ser analisados pelos profissionais
Pedidos de demissão devem ser analisados pelos profissionais. Crédito: Freepik

12 perguntas que o profissional deve fazer antes de pedir demissão

Salários, benefícios, colegas de trabalho e propósito de vida são fatores que devem ser analisados pelos trabalhadores na hora de permanecer ou não em uma empresa

Vitória
Publicado em 16/04/2022 às 19h47

Jogar tudo para o alto e pedir demissão do emprego em momentos de estresse pode gerar frustrações e arrependimentos futuros. Os motivos podem ser vários, mas seja ele qual for, a decisão deve ser bem analisada para evitar a ação por impulso.

Salários, benefícios, colegas de trabalho e propósito de vida são fatores que devem ser observados pelos profissionais na hora de permanecer ou não em uma empresa, mas não devem ser os únicos.

Antes de mais nada, é necessário certificar-se de que está saindo pelos motivos certos. Veja as 12 perguntas que o profissional deve se fazer antes de decidir pedir desligamento da empresa.

  1. 01

    Tenho empregabilidade?

    O trabalhador deve, antes de mais nada, avaliar sua empregabilidade construída ao longo da carreira. Além disso, verificar se o mercado, diante de sua qualificação, tem uma demanda considerável que lhe garanta uma rápida colocação.  “Uma dessas observações devem estar aliadas ao que o mercado quer. Isso pode envolver conhecimento em uma língua estrangeira, estar preparado para lidar com a tecnologia, ter uma boa comunicação, uma formação acadêmica respeitada, especializações, entre outras. Às vezes, as pessoas saem do emprego sem ter nada a oferecer ao mercado, que está cada vez mais exigente”, destaca o administrador e membro do Conselho Regional de Administração do Espírito Santo (CRA-ES), Hermano Mattos de Souza. Já a vice-presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos, seccional Espírito Santo (ABRH-ES), Fabíola Costa, complementa que a empregabilidade é um fator que contribui para uma rápida recolocação. "É aquele trabalhador que não fica muito tempo desempregado."

  2. 02

    Tenho reserva financeira?

    O profissional deve avaliar a sua situação financeira e se há reserva suficiente para se manter durante um período, conforme orienta Hermano Mattos de Souza. Outra análise a ser feita é sobre quais os caminhos que esse trabalhador quer percorrer, se do empreendedorismo ou mudar de cidade ou até de país para ir atrás de uma oportunidade. “Todos os pontos devem ser analisados. Isso porque no mercado de trabalho não se sabe de onde pode surgir uma vaga”, pondera.

  3. 03

    Por que deveria permanecer na empresa?

    O principal ponto dessa pergunta é perceber se há perspectiva de crescimento no emprego atual. É importante, neste caso, verificar a posição que ocupa hoje e quais as possibilidades de avanço profissional. “Costumo dizer que a carreira pode ser definida em Y, no qual a linha determina para qual lado o profissional pode ir. Em paralelo a isso, algumas pessoas têm o perfil de líder, outras não. Partindo desse princípio, o colaborador pode crescer se tornando especialista, sem ter que comandar equipes, que é outra forma de crescimento. Analisar todos esses pontos não significa que ele vai ficar estacionado”, destaca Hermano Mattos de Souza.

  4. 04

    Vou ganhar mais ou receber menos e ter mais qualidade de vida?

    O salário não deve ser o fator determinante da decisão de trocar de emprego. Fabíola Costa orienta os profissionais a analisarem se o lugar que se pretende trabalhar compensa financeiramente; se os benefícios são vantajosos ou se a remuneração vai atender seu custo de vida. Ficar um tempo desempregado também deve fazer parte desse estudo criterioso. “Para alguns, ganhar menos e ter qualidade de vida pode ser uma vantagem, enquanto para outros não. A análise e suas conclusões vão depender de cada um”, afirma.

  5. 05

    Vou trabalhar em casa ou de forma presencial?

    O formato de trabalho - híbrido, em home office ou presencial - é um dos fatores, bem como não precisar percorrer grandes distâncias para chegar até a empresa. “Há pessoas que preferem desenvolver suas atividades em casa, outras não. O modelo pode ter relação com a qualidade de vida”, afirma Fabíola Costa.

  6. 06

    Ao pedir demissão, vou dar um novo passo na carreira?

    “Ir para qualquer lugar ou optar por qualquer coisa é um perigo que pode virar uma frustração. Cuidar da empregabilidade, fazer cursos, passar por treinamentos, ter boas conexões no LinkedIn podem ajudar a verificar os possíveis avanços profissionais e, com isso, tomar as melhores decisões. Há quem pense que carreira deve estar ligada somente ao dinheiro ou ao status, enquanto para outras é ser altamente empregável, ou seja, não demorar para se recolocar no mercado de trabalho”, destaca Fabíola Costa.

  7. 07

    Qual o propósito da minha vida profissional?

    O propósito tem a ver com os rumos que o profissional quer para a carreira e para sua vida, e para onde ele quer caminhar, segundo orienta a vice-presidente da ABRH, Fabíola Costa. “A nossa relação com o trabalho é muito forte. Tudo que permeamos tem a ver com ele, por isso é tão importante propósito e felicidade estarem juntos e alinhados no ambiente organizacional. Quando algo não está casando, deve ser verificado se vale a pena ou não permanecer nessa empresa”, ressalta.

  8. 08

    Vou ao encontro do que quero para minha carreira?

    Fabíola Costa destaca que cada um tem um propósito de vida pessoal e profissional e que deve ser levado em conta. “No momento que se recebe uma nova proposta, o salário pode ser maior ou menor do que o atual. Mas será que essa pessoa quer ter uma remuneração mais alta para conseguir o carro ou apartamento dos sonhos? As perguntas são individuais e tudo vai depender do momento de cada pessoa”, argumenta.

  9. 09

    O novo ambiente de trabalho será saudável?

    Uma boa maneira de analisar o clima organizacional é procurar nas redes sociais perfis de pessoas que trabalham lá. “Sempre alguém conhece um profissional que atua nesta ou naquela organização. Entrar no site da empresa e no Linkedin podem ser um bom parâmetro para esse estudo, além, claro, de conhecer a relação entre líderes e colaboradores. Fazer a comparação entre o emprego atual e o futuro é importante para não ir para um lugar que não é bom”, afirma Fabíola Costa.

  10. 10

    Vale a pena mesmo buscar algo melhor?

    “Às vezes, o profissional está bem em um lugar, com uma remuneração legal e se sentindo bem. Entretanto, essa pessoa quer mudar de carreira. Isso não quer dizer que não possa planejar um desligamento para fazer uma transição. Um exemplo é um trabalhador que sempre atuou em escritório e em um determinado momento quer ser professor. Não precisa necessariamente estar mal nesta empresa, mas a ideia é buscar outras coisas, sem esquecer de fazer um planejamento para a mudança”, comenta Fabíola Costa.

  11. 11

    Estou agindo por impulso?

    Agir por impulso nunca será a forma apropriada de alguém tomar uma decisão. Segundo Hermano Mattos de Souza, conselheiro do CRA, em se tratando de desligamento de sua iniciativa, no calor da emoção, em desprezo à razão, certamente terá consequências de toda ordem, dificultando seu retorno ao mercado. “O arrependimento e a culpa, ao se deparar com as dificuldades surgidas, certamente se farão presentes em sua nova realidade”, disse.

  12. 12

    Por que você está insatisfeito?

    Muitas pessoas pedem demissão por que estão insatisfeitas com algo. “Inúmeras vezes estão sem motivação. Entre os principais motivos estão a insatisfação salarial, o ambiente organizacional ruim, a ausência de perspectivas de crescimento profissional, falta de realização (pessoal e/ou profissional), além de outras inúmeras razões que não são reveladas”, pontua Hermano Mattos de Souza.

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