Repórter / [email protected]
Publicado em 5 de fevereiro de 2023 às 08:36
A cada uma hora, ao menos três pessoas sofrem amputação de membros inferiores no Brasil, segundo pesquisa da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular. >
Nos últimos dez anos, mais de 245 mil brasileiros tiveram que amputar membros inferiores. O cálculo aponta que, em média, 66 pacientes passam pela cirurgia por dia. Pensando em contribuir para a reabilitação desse público, pesquisadores da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) estão desenvolvendo uma prótese de perna robótica, com joelho e pé. >
O dispositivo pode ajudar quem passou por amputação transfemoral (ou de coxa, como é conhecida) em atividades rotineiras, como caminhar e subir escadas, melhorando a vida do usuário. A iniciativa é coordenada pelo professor Rafhael Andrade, do Departamento de Engenharia Mecânica da Ufes, que gerencia o LabGuará, laboratório com pesquisas na área de robótica e biomecânica. >
Em entrevista à CBN Vitória, o professor afirmou que, no Brasil, a maioria das amputações é de membro inferior. "Boa parte delas é acima do nível do joelho. O tipo de prótese que a pessoa vai utilizar vai depender do tipo de amputação. A pessoa que perdeu a perna acima do joelho vai precisar de uma prótese de joelho e uma de pé. Cada prótese dessa é comercializada hoje de forma independente, e o protético vai colocar em conjunto todos os elementos necessários para colocar a prótese da pessoa", explicou.>
>
O professor detalhou que, hoje em dia, o Sistema Único de Saúde (SUS) fornece gratuitamente prótese para pessoas, que podem ser trocadas a cada dois anos. >
Rafhael Andrade
Coordenador do Departamento de Engenharia Mecânica da UfesCom o dispositivo, pessoas amputadas poderiam recuperar a chamada "biomecânica" do movimento, realizando atividades do dia a dia com mais facilidade.>
Ele afirmou que, atualmente, a prótese de joelho produzida no laboratório já está pronta e funcionando bem. A prótese de pé está sendo montada para, no futuro, ser integrada à do joelho. "Aí vamos conseguir integrar uma prótese de perna completa, com sensores.">
Rafhael Andrade
Coordenador do Departamento de Engenharia Mecânica da UfesO professor explicou que uma prótese como essa que eles estão desenvolvendo custa cerca de 100 mil dólares nos Estados Unidos. "Se formos levar para o Brasil, com impostos, fica R$ 1 milhão uma perna, complicado demais. Nosso objetivo em desenvolver a tecnologia dentro da universidade é conseguir baratear o custo.">
Segundo ele, há no Brasil o chamado crédito de acessibilidade, do Governo Federal. "Ele permite um financiamento de até R$ 30 mil para pessoas com deficiência adquirirem dispositivos de tecnologia assistiva, então nosso objetivo nesse momento é tentar chegar nesse valor de R$ 30 mil para possibilitar isso chegar às pessoas que precisam", ressaltou.>
*Com informações de Fernanda Queiroz, da CBN Vitória>
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta