Publicado em 23 de junho de 2023 às 18:01
Uma professora de Biologia do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), em Santa Teresa, na Região Serrana, foi denunciada por pais de alunos por fazer fotos e vídeos sensuais em redes sociais, como o Instagram, e em plataformas de conteúdo adulto, como OnlyFans e Privacy. Rosana dos Reis Abrante leciona para alunos do 3º ano do ensino médio e em turmas do ensino superior. A docente compartilha as imagens abertamente. A instituição capixaba confirmou a denúncia e disse que está investigando o caso na Comissão de Ética.>
A fonte de renda informal da professora tem gerado reclamações na instituição de ensino onde ela trabalha. Pais de alunos a denunciaram para a Comissão de Ética do Ifes, que afirmou, por meio de nota, estar analisando a situação.>
"A Comissão de Ética Profissional do Servidor Público do Ifes teve conhecimento do caso a partir de denúncia recebida pelo sistema Fala.BR, que é o sistema de ouvidoria do governo federal. É papel do Ifes apurar todas as denúncias recebidas, seguindo os trâmites pertinentes", informou o instituto por meio de nota.>
O Ifes disse ainda que a denúncia está na fase de procedimento preliminar e que não se trata de um processo administrativo que possa resultar em uma punição.>
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"Neste momento, busca-se apenas um esclarecimento dos fatos para a pessoa denunciante e para a instituição, o que não pressupõe nem que uma infração tenha sido cometida. Ao final desse procedimento, caso seja constatada uma infração ética, é proposto um acordo para que a pessoa denunciada faça ajustes em relação ao que for necessário. O processo corre em sigilo", completou a nota.>
De acordo com a apuração do g1 ES, a decisão deve ser divulgada no dia 30 de junho.>
Doutora em Biologia Animal pelo Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), Rosana disse ao g1 que dá aula na instituição há nove anos, após ser aprovada em um concurso público.>
A professora, que tem um bom relacionamento com os alunos e colegas de trabalho, começou a fazer conteúdo adulto depois de ver que havia um nicho para isso no Brasil.>
"Eu vi que alguns professores, fora do Brasil, faziam sucesso com esse tipo de conteúdo e pensei que haveria público para isso. Algumas pessoas têm fetiche em professores, em quem leciona. Pensei: 'ah, eu sou cientista'. Em agosto de 2022, eu decidi fazer um ensaio sensual com jaleco", disse.>
Mãe de duas meninas de 10 e de 17 anos, antes de criar a página, em setembro de 2022, a professora decidiu avisá-las. >
"Eu sei que essas coisas não adiantam esconder e eu não queria esconder pra ninguém. Por isso, resolvi conversar antes e expliquei que faria publicações mais provocantes, sensuais, com ar de mistério. Elas entenderam. Nunca reclamaram. Desde que a página começou, minhas filhas nunca relataram exclusão, bullying, nada", disse.>
Apesar disso, de acordo com a docente, quando as publicações começaram, alguns colegas da instituição, incluindo outros professores de onde ela trabalha, alertaram sobre o assunto.>
Rosana dos Reis Abrante
ProfessoraNo entanto, no mês de maio, após ouvir boatos de que havia processos administrativos contra ela, a própria docente procurou a Comissão de Ética da instituição e soube das denúncias.>
"Um dos processos foi instaurado pela própria Comissão de Ética do Ifes, que, em seguida, também recebeu uma denúncia de um pai de aluno. Acredito que o pai de aluno acha imoral, acha que a página perturba de alguma forma o filho dele ou se sente incomodado de uma pessoa, que faz conteúdo adulto, ensinar o filho dele", disse.>
Com informações de Viviann Barcelos, do g1 ES>
Confira a nota do Ifes na íntegra
"A Comissão de Ética Profissional do Servidor Público do Ifes teve conhecimento do caso a partir de denúncia recebida pelo sistema Fala.BR, que é o sistema de ouvidoria do governo federal. É papel do Ifes apurar todas as denúncias recebidas, seguindo os trâmites pertinentes.
Neste caso, a denúncia está na fase de "procedimento preliminar" pela Comissão de Ética, conforme o Código de Ética Profissional do Servidor Público. Não se trata de um processo administrativo que possa resultar em uma punição. Neste momento, busca-se apenas um esclarecimento dos fatos para a pessoa denunciante e para a instituição, o que não pressupõe nem que uma infração tenha sido cometida.
Ao final desse procedimento, caso seja constatada uma infração ética, é proposto um acordo para que a pessoa denunciada faça ajustes em relação ao que for necessário. O processo corre em sigilo."
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