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Os erros que você costuma cometer ao tentar se proteger da dengue

Os erros que você costuma cometer ao tentar se proteger da dengue

Chegada do verão cria um ambiente propício para a proliferação do Aedes aegypti, mosquito responsável pela transmissão da dengue; confira nove equívocos cometidos pelas pessoas ao tentar se proteger da doença

Publicado em 19 de janeiro de 2023 às 16:57

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Mosquito Aedes aegypti, responsável pela transmissão dos vírus da dengue, febre chikungunya e Zika
Mosquito Aedes aegypti, responsável pela transmissão dos vírus da dengue, chikungunya e zika . (Agência Brasil)
Mariana Lopes
Estagiária / [email protected]

Com a chegada da estação mais quente do ano, a combinação do calor com muita chuva cria um ambiente perfeito para a proliferação de um velho conhecido dos brasileiros: o mosquito Aedes aegypti, responsável por transmitir não só a dengue, mas também o zika vírus e a chikungunya.

Porém, na hora de evitar a dengue, é comum as pessoas cometerem alguns equívocos. Pensando nisso, o biólogo e comentarista da rádio CBN Vitória Marco Bravo, aponta nove erros comuns ao tentar se proteger da doença. Confira:

1. Não aplicar repelente durante o dia: Aedes aegypti ataca principalmente nas horas mais frescas do dia, ou seja, no início da manhã e no final da tarde. Contudo, isso não impede a ação do mosquito em outros horários, sendo necessário aplicar o repelente durante o dia.

Marco Bravo ainda chama atenção para a necessidade de ler a bula e se atentar para o prazo de reaplicação do produto. "Alguns repelentes têm um prazo de dez horas, então é necessário que ele seja reaplicado neste intervalo. É muito importante respeitar o intervalo de aplicação", comentou o biólogo. 

2. Aplicar o repelente após o filtro solar: ao usar filtro solar, é necessário esperar um intervalo de 20 a 30 minutos para aplicar o repelente. É importante salientar, ainda, que o filtro não possui nenhuma ação de proteção sob a picada do mosquito.

3. Não usar roupas compridas para evitar picadas: é aconselhável o uso de roupas que cobrem a pele em ambientes rurais, mas, sobretudo, em locais com alta incidência de casos de dengue.

4. Não aplicar repelente nas partes cobertas do corpo: um grande erro cometido pelas pessoas é achar que o uso de roupas compridas protege contra a picada do mosquito. Porém, dependendo do tecido, principalmente se for muito fino, o mosquito consegue picar por cima da roupa. Por isso, é necessário a aplicação do repelente nas partes cobertas do corpo.  

5. Acreditar que dengue é uma doença de verão: o Brasil é um país com alta incidência de raios solares, fator agravado pelas mudanças climáticas. De acordo com Marco Bravo, a ausência de um período de frio prolongado em algumas regiões faz com que a dengue seja considerada uma doença do ano inteiro. "O mosquito não consegue sobreviver por longo tempo em uma temperatura média abaixo dos 20ºC. Por isso, os cuidados são necessários durante todo o ano", ressaltou.   

6. Acreditar que o mosquito se prolifera apenas em água limpa e parada: segundo o biólogo, o mosquito transmissor é capaz de se reproduzir em qualquer reservatório de água parada, seja limpa ou suja. "Ele também se reproduz em terra e areia, desde que haja água no ambiente", acrescentou.

7. Não investir em telas protetoras: o investimento em telas mosquiteiras e cortinas protetoras é uma boa estratégia na proteção contra os mosquitos. 

8. Acreditar em soluções caseiras: não há comprovações científicas que justifiquem o uso de soluções caseiras, como citronela, cravo e outras plantas, na proteção contra a dengue. 

9. Tomar vitaminas do complexo B para evitar ser picado: não existem comprovações científicas que atestem a ingestão de vitaminas do complexo B como "repelente alternativo". 

CBN Meio Ambiente e Sustentabilidade - 4.11s -18-01-23.mp3

Vacina apresenta dados animadores

Em 2022, o Brasil bateu recorde anual de óbitos pela dengue. Segundo o Ministério da Saúde, foram 987 mortes pela doença, superando o patamar de 986 óbitos, registrado em 2015. Desde a década de 1980, quando a dengue ressurgiu no país, não se registraram tantas mortes em um único ano.

Apesar do registro recorde, notícias boas vêm por aí! A vacina contra a dengue desenvolvida pelo Instituto Butantan alcançou 79,6% de eficácia, de acordo com o estudo clínico de fase 3. Os dados são de um acompanhamento de dois anos com mais de 16 mil indivíduos de todo o Brasil. Durante esse período, não foi reportado nenhum caso grave da doença nos participantes.

Conforme o protocolo do teste, os voluntários deverão ser seguidos por cinco anos e, por isso, a eficácia final do imunizante só será conhecida em 2024. Os dados parciais, porém, animaram os pesquisadores, e mostraram a capacidade produtiva do Brasil em atender não só o território nacional, mas qualquer outro país que sofra com a doença.  

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