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Casos de dengue dobram no Espírito Santo em intervalo de 15 dias

Casos de dengue dobram no Espírito Santo em intervalo de 15 dias

Embora em menor escala, segundo a Sesa, zika e chikungunya também tiveram aumento nas últimas semanas; confira os números

Publicado em 16 de janeiro de 2023 às 18:54

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Mosquito Aedes aegypti é o transmissor da dengue, vírus zika e chikungunya
Mosquito Aedes aegypti é o transmissor da dengue, vírus zika e chikungunya. (Divulgação)
Maria Fernanda Conti
[email protected]

Um dado preocupante chama a atenção dos órgãos de saúde do Espírito Santo: em todo o território capixaba, 1.453 casos de dengue foram registrados só na primeira semana de janeiro de 2023 – número que é duas vezes maior se comparado com os dias 18 a 24 de dezembro, quando houve 689 notificações no Estado.

De acordo com os boletins divulgados pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), esse é o maior valor mensal já registrado na comparação com 2022. Com exceção de dezembro, quando houve 1.027 diagnósticos para a doença, nenhum outro mês do ano passado teve mais de mil notificações. Pelos documentos é possível ver que o crescimento da doença foi instável, mas deslanchou rapidamente (confira abaixo).

Confira a evolução da doença no ES

SE* 46 (entre os dias 13 e 19 de novembro de 2022): 427 casos

SE* 47 (entre os dias 20 e 26 de novembro de 2022): 377 casos

SE* 48 (entre os dias 27 de novembro de 3 de dezembro de 2022): 353 casos

SE* 49 (entre os dias 4 e 10 de dezembro de 2022): 366 casos

SE* 50 (entre os dias 11 e 17 de dezembro de 2022): 565 casos

SE* 51 (entre os dias 18 e 24 de dezembro de 2022): 689 casos

SE* 52 (entre os dias 25 e 31 de dezembro de 2022): 1.027 casos

SE* 1 (entre os dias 1 e 7 de janeiro de 2023): 1.453

*Semana Epidemiológica (SE): Representa um consenso internacional sobre um período de tempo padrão para agrupar mortes e outros eventos epidemiológicos.

Atualmente, os municípios com a maior incidência acumulada da doença nas últimas quatro semanas são Castelo (2553,84) e Piúma (507,87), ambas na região Sul do Estado; São Roque do Canaã (2198,24) e Vila Valério (461,88), no Noroeste; além de Santa Teresa (311,93), na Região Serrana.

Somente no ano passado, foram notificados 20.929 casos de dengue no Espírito Santo, com incidência de 514,98 casos por 100 mil habitantes entre a semana epidemiológica 01 (de 2 a 8 e janeiro) e a 52 (de 25 a 31 de dezembro). Foram confirmados seis óbitos neste período.

Casos de dengue dobram no Espírito Santo em intervalo de 15 dias

O subsecretário de Vigilância em Saúde do Estado, Luiz Carlos Reblin, alertou para o crescimento da doença em uma coletiva de imprensa nesta segunda-feira (16).

"Nossa tradicional dengue aumenta neste período do ano. Com a dengue, o próprio Aedes aegypti (mosquito transmissor) passou a transmitir também chikungunya e zika. Essas três doenças, de fato, já neste verão, apontam para um crescimento que nós estamos acompanhando. Nossas equipes se localizam tanto centralmente, como também nas regionais de saúde, e monitoram o número de casos que os municípios estão registrando", explicou.

Aspas de citação

A dengue é uma doença que tem essa característica: tem água, choveu bastante [nos últimos meses]. Vem o calor, estamos no verão com muito sol, e tem o vetor, que é o aedes, o inseto que transmite o vírus de uma pessoa para outra. Tudo isso favorece

Luiz Carlos Reblin
Subsecretário de vigilância em saúde do Espírito Santo 
Aspas de citação

Zika e chikungunya

Apesar de menos expressiva, as outras duas doenças transmitidas pelo mosquito aedes aegypti também tiveram um aumento nas últimas semanas. De acordo com Reblin, foram registrados 25 casos de chikungunya na SE 51 de 2022, sendo que na SE 2 deste ano, entre os dias 8 e 14 de janeiro, o número subiu para 34.

"E a zika, que é uma grande preocupação também, como um problema de saúde grave para crianças que podem nascer com algum tipo de comprometimento em função do adoecimento da mãe, vimos que teve 3 casos nas últimas três semanas do ano passado. Na primeira semana já passamos para 6, e nessa [semana] que terminou agora, para 3, número que pode aumentar, porque o diagnóstico demora um pouo mais", detalhou o subsecretário.

Sinal de alerta 

A Secretaria da Saúde ainda informou, por nota, que monitora diariamente a situação das arboviroses no Espírito Santo e aguarda as consolidações das próximas semanas para confirmação de um cenário de alta. Os boletins com dados atualizados de arboviroses são publicados semanalmente, às sextas-feiras, no site da Secretaria

"A Sesa ressalta que os dados apresentados no momento não se comportam como o do período de 2019, onde os casos notificados de dengue foram mais de 70 mil, e uma média de 1,3 mil por semana. Entretanto, o cenário é de alerta, em virtude da situação propícia para a proliferação do mosquito", apontou.

Confira dicas de como evitar a doença:

  • Limpar o quintal, jogando fora o que não é utilizado; 
  • Tirar água dos pratos de plantas; 
  • Colocar garrafas vazias de cabeça para baixo; 
  • Tampar tonéis, depósitos de água, caixas d’água e qualquer tipo de recipiente que possa reservar água;
  • Manter os quintais bem varridos, eliminando recipientes que possam acumular água, como tampinha de garrafa, folhas e sacolas plásticas; 
  • Escovar bem as bordas dos recipientes (vasilha de água e comida de animais, pratos de plantas, tonéis e caixas d’água) e mantê-los sempre limpos.

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