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MPES apura morte de cães por intoxicação após passeios em Vitória

MPES apura morte de cães por intoxicação após passeios em Vitória

Após instauração do procedimento, a 12ª Promotoria de Justiça Cível de Vitória pediu à Prefeitura de Vitória que informe quais providências estão sendo tomadas para contornar a situação

Publicado em 23 de junho de 2023 às 07:11

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O Ministério Público do Espírito Santo (MPES) vai apurar casos de morte e adoecimento de cães por suspeita de intoxicação após passeios com os tutores em diferentes bairros de Vitória. A apuração foi instaurada por meio da 12ª Promotoria de Justiça Cível da Capital no dia 16 de junho e divulgada pelo órgão na quinta-feira (22). 

O MPES destaca que tomou conhecimento do fato após divulgação, pela imprensa capixaba, dos casos de intoxicação de animais. Os casos de cães com suspeita de envenenamento foram relatados nos bairros Jardim da Penha, Bento Ferreira, Mata da Praia e Praia do Canto, próximo à Praça dos Namorados, em Vitória.

Após a instauração do procedimento, a 12ª Promotoria de Justiça Cível de Vitória pediu à Prefeitura de Vitória que informe, no prazo de 15 dias úteis, as providências já adotadas e encaminhe demais considerações relacionadas à questão.

O que diz a Prefeitura de Vitória

Em nota, a Prefeitura de Vitória, por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semmam), informa que já recebeu o ofício e responderá ao Ministério Público do Espírito Santo (MPES) com as informações solicitadas sobre o caso.

"A pasta se coloca à disposição do órgão de controle nas ações de investigação que forem necessárias, visando garantir o bem-estar dos animais domésticos que circulam pelos espaços públicos da cidade", destaca. 

"A Semmam observa que, tão logo soube da situação relatada por tutores, técnicos visitaram os locais, observaram e analisaram as áreas ajardinadas, não encontrando substâncias que pudessem prejudicar a saúde dos animais. As áreas verdes da capital contam com tratamento fitossanitário, por meio de produtos inspecionados e liberados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), não possuindo potencial de causar mal súbito em animais domésticos. Os produtos utilizados são monitorados por técnicos e engenheiros da secretaria", pontua a pasta. 

"A Semmam ressalta que não há chamados abertos por moradores nos canais oficiais da Prefeitura de Vitória (Fala Vitória 156) sobre os casos relatados e, por esse motivo, reforça a importância de se registrar as ocorrências por meio do 156, informando o endereço correto para melhor análise da equipe. E enfatiza que trabalha e desenvolve políticas públicas para o bem-estar dos animais domésticos da capital", finaliza. 

Casos em bairros diferentes 

Segundo especialistas, os principais sintomas nos animais são de envenenamento. É o que a publicitária Graziela Pontini acredita que tenha acontecido com o Cookie, um Jack Russell Terrier de dois anos, enquanto ele passeava com a família na Praça dos Namorados, há menos de quinze dias. 

Durante o trajeto, o animal foi até a parte de trás de um banco, onde havia bastante grama. Ela observou, logo em seguida, que algo estava errado com o cachorro. Graziela avisou ao marido e saiu correndo com ele até o veterinário. No caminho, dentro do carro, Cookie já quase não se mexia.

“Cheguei na clínica com ele todo mole. Já mandaram para a emergência. Da praça até a clínica foi coisa de cinco minutos, então foi muito rápido. Talvez a rapidez tenha ajudado”, contou a mulher.

Cookie, de 2 anos, precisou ser internado após inalar a substância
Cookie, de 2 anos, precisou ser internado após inalar a substância. (Acervo Pessoal)

O animal foi tratado por especialistas e conseguiu sobreviver. Graziela acredita que ele não tenha comido nada, apenas inalado alguma substância, o que foi confirmado por exames. 

Aspas de citação

Ele demorou para voltar. Ainda precisa de acompanhamento, por conta dos rins. Meu marido olhou na grama para ver se achava algo, mas não tinha nada

Graziela Pontini
Publicitária e tutora de Cookie
Aspas de citação

Logo após o caso, a publicitária postou em uma rede social o seu relato e orientações. Depois disso, passou a receber relatos parecidos de tutores de outros cachorros.

“No dia que levei meu cachorro, o veterinário disse, ao final do atendimento, que estava saindo para um atendimento igual ao caso do meu”.

Orientações

O médico veterinário Marcus Campos Braun conversou com a reportagem de A Gazeta e afirmou que atendeu um caso parecido na primeira semana de junho. Segundo ele, o animal, que era extremamente saudável, teria comido algo nas ruas do bairro Bento Ferreira que lhe fez mal. Em menos de trinta minutos, não resistiu e morreu. 

"Conversando com o consultório, o tutor disse que a buldogue estava passeando na rua, comeu algo, chegou em casa e começou a passar muito mal. Vomitou bastante, teve convulsões e veio à óbito. O quadro foi de intoxicação por algum veneno. O elemento que causou isso, no entanto, não dá para afirmar. Acreditamos que seja chumbinho, por conta da sintomatologia. Parece que a família recebeu mensagens de outras pessoas do bairro, dizendo que passaram pela mesma coisa", contou.

Alguns dos sintomas de envenenamento são: vômitos, sialorreia (excesso de saliva), convulsão, síncopes (desmaios rápidos), tremores, entre outros. 

Como evitar a intoxicação

- Não permita que o cão pegue objetos e alimentos do chão enquanto passeia;

-  Se ele for difícil de controlar, o ideal é utilizar uma focinheira que evite o contato oral com o veneno; 

- Ao avistar qualquer alimento no chão, troque de calçada imediatamente;

- Limpe as patas do animal ao chegar em casa, para eliminar qualquer possível resíduo; 

- Evite passear com o cachorro solto;

- Examine se não há nada contaminado em locais próprios para os cachorros, como o Pracão.

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