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Marquise caindo aos pedaços expõe pedestres a risco no Centro de Vitória

Marquise caindo aos pedaços expõe pedestres a risco no Centro de Vitória

Um leitor de A Gazeta denunciou, no dia 7 de março, que a estrutura apresentava-se deteriorada. Reportagem esteve no local nessa segunda-feira (14) e constatou que a situação prossegue

Publicado em 14 de março de 2023 às 15:45

Há exatamente uma semana, no dia 7 de março, o leitor de A Gazeta, Luís Alberto da Silva Lima denunciou que uma marquise, que fica no Centro de Vitória, estava com buracos e caindo aos pedaços, o que colocava em risco quem passava pelo local. Na tarde dessa segunda-feira (13), o repórter-fotográfico de A Gazeta, Fernando Madeira, foi ao local e registrou que a situação continua igual.

A marquise fica em uma calçada na Avenida Jerônimo Monteiro, uma das principais do Centro, onde passam diariamente centenas de pedestres. 

Segundo Luís Alberto da Silva Lima - que trabalha na região, mas preferiu não dizer em qual profissão - há cerca de 15 dias percebeu que a marquise estava irregular. Ele explicou que o local começou a ser demolido por conta de uma obra, mas que pararam. Desde então, a marquise continua sem qualquer tipo de restauro. 

Luís Alberto ainda alerta sobre outros pontos da Avenida Jerônimo Monteiro onde, segundo ele, lojas instalam ar-condicionado nas marquises que já estão desgastadas e sem reformas, o que aumenta ainda mais os riscos de queda.

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Marquise caindo aos pedaços expõe pedestres a risco no Centro de Vitória
Marquise com risco de desabamento em loja de roupas no Centro de Vitória, Avenida Jerônimo Monteiro, ao lado da Drogaria Pacheco por Fernando Madeira

Em entrevista à reportagem de A Gazeta na época do caso, a secretária de Desenvolvimento da Cidade e Habitação de Vitória, Anna Claudia Peyneau, afirmou que o proprietário foi orientado e tinha autorização para demolir apenas a marquise. No entanto, a Prefeitura iria apurar se a estrutura que sofreu o desabamento foi derrubada por acidente ou de forma intencional — o que seria irregular, uma vez que não havia autorização.

De acordo com a Defesa Civil municipal, o prédio é datado de 1930, mas a marquise foi construída posteriormente à edificação, sem confirmação de quando ocorreu.

Segundo testemunhas, a parte da estrutura que foi ao chão caiu sobre o homem. Ele teve um corte na cabeça, sangrou muito, mas foi socorrido e levado lúcido ao hospital. O camelô foi identificado como Willian Barbosa, de 44 anos. Ele é de Governador Valadares, mas se mudou para o Espírito Santo quando era criança. Ele trabalha há mais de 20 anos como ambulante no Centro.

Na época do caso, o Tenente Pennafort, do Corpo de Bombeiros, disse que aparentemente houve falta de manutenção preventiva no imóvel.

"A estrutura é envelhecida. Eles colocaram as placas da loja tapando a marquise, então não conseguimos ter uma visualização exata da estrutura, mas parece se tratar mesmo de falta de manutenção. O risco foi retirado, que é do restante da marquise vir a cair. A Defesa Civil municipal vai fazer uma avaliação estrutural em toda a edificação, buscando saber se o resto da estrutura está comprometida ou não. Mas, em uma análise preliminar, o risco foi excluído", apontou.

Outro lado

Na tarde dessa segunda-feira (13), a Prefeitura de Vitória foi questionada pela reportagem de A Gazeta em relação a fiscalização do imóvel. A resposta veio, por meio de nota, já na noite de segunda. Na nota, a Secretaria de Desenvolvimento da Cidade e Habitação (Sedec) informou que uma equipe de fiscalização diagnosticou a irregularidade na semana passada, identificando os responsáveis e lavrando o auto de intimação para que as providências na marquise sejam tomadas.

"A partir do momento em que o proprietário recebe a intimação, ele tem cinco dias para tomar as providências necessárias. A Sedec reitera que as equipes de fiscalização fazem vistorias sistemáticas nos imóveis do Centro e naqueles que aparentam risco e que dessa forma. Constantemente, as equipes realizam ações fiscais, com lavratura de notificações, intimações e infrações, a depender do caso.", escreveu a prefeitura.

A reportagem também questionou a prefeitura se os danos causados na marquise seriam por conta do acidente ocorrido no ano passado. Segundo a Prefeitura de Vitória, a Comissão Permanente de Vistoria (COPEV) esclareceu que um laudo foi feito no imóvel próximo que sofreu ruína, mas que isso não tem relação com o caso da marquise.

Em relação ao auto de intimação, A Gazeta voltou a perguntar a prefeitura nesta terça-feira (14) quando foi lavrado e o porquê o local não foi isolado para evitar futuros acidentes.

"A Secretaria de Desenvolvimento da Cidade e Habitação (SEDEC) informa que o proprietário do imóvel localizado no Centro de Vitória já possui alvará de autorização para a realização dos serviços de demolição da marquise, válido até 13/05/2023. O objetivo da demolição é providenciar a estabilidade, a segurança e a salubridade da edificação."

A prefeitura ressaltou que o serviço de demolição possui um engenheiro responsável com registro no CREA (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Espirito Santo)  conforme preconiza a lei. O município já está em processo de intimação formal do proprietário, que, embora já tenha o alvará de demolição, recusou-se a receber a intimação enviada pela Prefeitura de Vitória. Dessa forma, a comunicação será realizada via postal.

Ainda segundo a prefeitura, um engenheiro da Defesa Civil Municipal foi ao local e a avaliação é de que não há risco de queda de partes da marquise sobre os pedestres. 

"Por fim, a Prefeitura de Vitória reitera que monitora e fiscaliza as marquises da Capital e quando identifica problemas, notifica o proprietário do imóvel para reformar ou demolir a marquise. As denúncias podem ser feitas pelo Fala Vitória 156", disse. 

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