Publicado em 13 de agosto de 2023 às 08:12
Quando era adolescente, a piloto Bárbara Scandian Cardoso, de 30 anos, não imaginava que queria esse caminho profissional para ela. Admirava a profissão por causa do pai, o piloto Isaías de Mattos Cardoso, de 56 anos, e por conta da família com vários aviadores, só que não via mulheres na área. Foi quando uma amiga fez sua imaginação decolar e voar alto.>
"Eu vim de uma família de aviadores. Meu pai sempre foi piloto, desde que eu nasci. Eu tenho tios que são pilotos. Eu sempre admirei muito e achava muito legal falar para minhas amigas que ele era piloto. Quando eu estava no final do ensino médio, uma amiga me perguntou: 'seu pai é piloto, né? Por que você não vira piloto também?'. Eu falo que aquilo ali foi um divisor de águas. E desde aquele momento que parei e pensei, eu quis ser pilota", lembra.>
Com 18 anos, Bárbara começou o curso de piloto em um aeroclube. Primeiro, a formação de piloto privado, e depois comercial, para trabalhar profissionalmente. Após várias formações e muitas horas de voo e treinamentos, com 21 anos ela virou copiloto de uma grande empresa aérea onde o pai já está há mais de 20 anos. >
Isaías Cardoso conta que, no início, quando a filha falou sobre o desejo de seguir na profissão, foi uma surpresa pra ele.>
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"Eu estava voando quando minha esposa falou que quando eu chegasse em casa teria uma surpresa. No almoço ela (Bárbara) chegou e contou. Foi uma surpresa a princípio, mas uma felicidade grande. Hoje, eu tenho uma colega de trabalho e temos esse elo entre empresa, pai e filha", relata.>
A família de Bárbara tem uma história curiosa em relação à aviação. A avó, mãe se Isaías e de outros dois tios aviadores, nasceu no Dia do Aviador.>
"Ela nasceu no dia 23 de outubro. Minha avó tem três filhos pilotos, um que trabalha em controle de tráfego aéreo, embarcado, e três netos pilotos. E a curiosidade também é que ela tem medo de avião", destaca, rindo.>
Isaías é piloto e comandante. Assim como a filha, ele começou aos 18 anos. Apesar de trabalhar na mesma empresa que o pai, Bárbara lembra que não voa com Isaías frequentemente. Em nove anos de profissão, isso aconteceu apenas duas vezes, ele como comandante e ela como copiloto.>
"A gente não pode voar junto por política operacional. Apenas quando tem uma autorização da chefia de pilotos. Mas não é rotineiro na nossa escala", reforça.>
O copiloto exerce as mesmas funções que um comandante durante o voo. Os dois são pilotos, mas por hierarquia o comando da aeronave é de quem senta na cadeira esquerda.>
Bárbara também lembra que faz verificações externas antes de o voo começar. E se engana quem acha que copiloto não comanda o avião.>
"O copiloto, também conhecido como primeiro oficial, tem a função de voar o avião e auxiliar o comandante na tomada de decisões. Ele é totalmente capacitado e treinado para assumir o voo no caso de incapacidade do comandante e a gente exerce as mesmas funções durante o voo. Geralmente, alterna quem vai pousar e decolar. Uma etapa um faz, na outra etapa, o outro que voa", detalha.>
Bárbara explica também que, no início da profissão, o piloto entra na companhia aérea como copiloto. E é promovido para comandante de acordo com o tempo de carreira. Agora, ela aguarda a promoção e também quer inspirar outras mulheres. >
"Hoje, eu me sinto muito realizada em poder realizar esse sonho e inspirar outras meninas também. Sempre que eu vejo crianças, chamo aqui e mostro e digo que as mulheres também podem", detalha.>
Uma história de amor à aviação que vem de família e motivo de muito orgulho para o pai.>
"Para mim, é motivo de muita satisfação e felicidade. Sempre estamos juntos. Eu pego carona com ela, ela pega comigo aqui no avião. A gente divide apartamento em São Paulo. É uma união muito grande. Quem conhece a gente sabe da nossa ligação", finaliza, orgulhoso.>
Com informações de Kaique Dias, da TV Gazeta>
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