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Estudo da Oxford mostra que mais pessoas poderão ser vacinadas na 1ª fase

Estudo da Oxford mostra que mais pessoas poderão ser vacinadas na 1ª fase

Testes mostraram que eficácia do imunizante contra a Covid é maior, alcançando 90%, quando se aplica meia dose da vacina primeiro e, depois, uma dose inteira

Publicado em 23 de novembro de 2020 às 16:35

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Avanços na vacina da covid-19
Estudos apontam avanços na vacina contra a Covid-19. (Miguel Noronha/Futura Press/Folhapress)

Os resultados obtidos na testagem da vacina contra a Covid-19, desenvolvida pela Universidade de Oxford e a farmacêutica AstraZeneca, mostram eficácia de até 90%. Mas há ainda outra vantagem constatada nesse estudo, a de que a eficiência do imunizante é ainda maior quando administrada em dose menor.

Isso significa que mais pessoas poderão ser vacinadas na primeira fase, explica Ethel Maciel, epidemiologista e membro do comitê nacional que vai coordenar a aquisição e distribuição das vacinas no país.

O anúncio  feito pelo laboratório, nesta segunda-feira (23), com base em resultados preliminares da 3ª fase de testagem, mostra que, após a realização de dois estudos usando dosagens diferentes, a eficácia é maior, alcançando 90%, quando se aplica meia dose da vacina e depois uma inteira. Quando foram aplicadas duas doses inteiras, a eficácia foi reduzida para 62%. 

Em entrevista à CBN Vitória, Ethel afirmou que esse resultado obtido pela farmacêutica permitirá que mais pessoas possam ser vacinadas: “O melhor resultado foi quando utilizaram a metade da dose na primeira aplicação, isso permite que o dobro de pessoas possam ser vacinadas no primeiro momento com as doses que já estão fabricadas. Depois vem a dose inteira, na segunda aplicação”, afirma.

Além disso, Ethel conta que essa descoberta é positiva para a organização da produção pelas fabricantes da vacina: “É uma boa notícia a utilização de apenas metade da dose nesse início, porque dá tempo de fabricar mais e vacinar mais pessoas. É importante alcançar a imunidade de rebanho e vacinar os grupos prioritários para permitir que até os grupos não-vacinados sejam beneficiados por essa imunidade comunitária.”

SEGUNDA ONDA OU PRIMEIRA ESTENDIDA?

Em meio à expectativa pela chegada da vacina, a taxa de transmissão da Covid-19  e a internação hospitalar cresceram no Estado nas últimas semanas, fazendo com que o governo anunciasse novas medidas restritivas visando frear o avanço da doença. Para Ethel, no entanto, não é possível classificar esse movimento como uma segunda onda da doença. Ela frisa que o Estado vive, na verdade, uma primeira onda estendida.

Segundo a epidemiologista, duas características são fundamentais para caracterizar uma nova onda: “Primeiro é necessário o controle da doença perto de zero antes de ter outro pico de casos, como aconteceu na Europa, no verão. E, em segundo, o vírus precisa passar por uma mutação, ter outra variação circulando, como também foi percebido em alguns países europeus”, afirma.

Ethel salienta que, por enquanto, não há indícios de que o Estado e o país tenham essas duas características para poder discriminar o crescimento no número de casos e mortes atual como uma segunda onda: “Ainda estamos aprendendo as definições teóricas para a Covid-19. O que poderemos ter, talvez, é uma segunda onda emendada na primeira, algo diferente do usual e das definições teóricas sobre a doença.”

A epidemiologista considera ainda a situação dos hospitais como preocupante, já que, agora, além da demanda dos pacientes com Covid-19, existe também a demanda reprimida nos últimos meses para outras doenças, quando consultas e cirurgias foram canceladas no ápice da pandemia e estão sendo realizadas agora. Além disso, o aumento da interação provocou mais acidentes de trânsito, pressionando ainda mais o sistema de saúde, observa Ethel.

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Vinicius Zagoto é aluno do 23º Curso de Residência em Jornalismo da Rede Gazeta, sob orientação da editora Joyce Meriguetti. 

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