Publicado em 23 de maio de 2020 às 15:04
Neste momento em que o governo do Estado vem impondo medidas que devem ser colocadas em prática pelo comércio, visando evitar aglomerações durante a pandemia do novo coronavírus inclusive com rodízio de abertura de estabelecimentos, a Associação Brasileira de Shoppings Centers (Abrasce) pede que haja tratamento igualitário para os shoppings. As lojas desses centros comerciais já estão fechadas há mais de dois meses e há intenção por parte da Abrasce de, inclusive, entrar com ação na Justiça para discutir a questão. >
De acordo com Glauco Humai, presidente nacional da associação, a ideia é, inicialmente, manter o diálogo e questionar as autoridades do Espírito Santo sobre a abertura dos shoppings. "Já há no Brasil 107 shoppings operando, sendo que Brasília deve abrir semana que vem e Curitiba também. Chegaremos a praticamente 150 estabelecimentos funcionando conforme propostas que fizemos", iniciou.>
Para o presidente da Abrasce, a proposta realizada pelo governo do Espírito Santo, por meio da qual os shoppings poderiam passar a abrir por setores, em dias alternados, seria de inviável aceitação. Nos moldes da proposta do governador Renato Casagrande, os shoppings seriam autorizados a abrir entre 9h e 15h, de segunda à sexta-feira.>
Humai explicou que operacionalmente, a proposta feita no Estado, tornaria muito altos os custos dos lojistas. "Os custos não seriam cobertos pela receita, que acabaria muito reduzida, com a abertura alternada das lojas. O shopping é diferente da rua, a operação é diferente, assim não funciona. Fizemos contraproposta, aceitamos vários termos por um período, mas não nos foi delimitado um prazo. A proposta não encontra parâmetro em outros lugares do mundo, já que em nenhum lugar há esse rodízio de setores, não sendo possível observar se funciona ou não", afirmou.>
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Como também afirmou em entrevista ao Estadão, o presidente da associação diz que uma proposta de entrar na Justiça é estudada. "Nós não queremos questionar a abertura do comércio, mas a isonomia. Em Cuiabá, nós inclusive entramos com ação judicial, um mandado de segurança. Em Vitória e Vila Velha, estamos primeiro aguardando o governo analisar dados que nós enviamos. A nossa proposta para o governo encontra respaldo em propostas que estão valendo em 55 municípios brasileiros", ressaltou ele. >
De acordo com Glauco Humai, a proposta apresentada pelo setor de shoppings visa a abertura entre 12h às 20h, com atenção a um rígido protocolo de higienização, além da manutenção do setor de entretenimento fechado, como é o caso dos cinemas.>
"Nós não entendemos como eficaz o rodizio, até porque a frequência dos consumidores seria a mesma. Exigiríamos máscaras, mediríamos temperatura, entre outras medidas. A questão não seria criar um novo modelo, podemos seguir o que já vem sido aplicado há 30 dias ou mais no país. No mundo, são quase 7 mil shoppings funcionando dentro do modelo proposto por nós, que não criamos nada, mas estamos propondo para que possamos operar". >
Novas regras para funcionamento do comércio na Grande Vitória
O governo do Estado afirma que criou um plano de convivência para o período de pandemia e que, no momento, não é possível fazer uma proposta diferente da que já foi feita: com lojas abertas em dias alternados e funcionando em horário reduzido, como ocorre com o comércio de rua. >
"Entrar na Justiça é direito de qualquer cidadão que se sentir lesado, seja pessoa física ou empresa. Mas nós estamos falando de aproximadamente 20% abertos, a grande maioria dos shoppings do país não estão abertos. No interior do Estado, todos os shoppings estão autorizados a funcionar, mas na Grande Vitória, onde estão a maioria dos casos, fizemos uma regra para o comércio de rua não essencial. Como vou permitir o shopping abrir ao sábado e o comércio não? É difícil justificar. A gente precisa ser coerente e o mais igualitário possível na regra para todos. Não queremos prejudicar ninguém, mas precisamos de uma regra única. E essa é a regra que cabe agora. Com todo respeito aos shoppings, não vou desrespeitar uma regra geral para atender a um setor", afirmou Tyago Hoffmann, secretário de Estado do Governo.>
Segundo Hoffmann, nos últimos dias, o Governo se reuniu por três vezes com representantes de shoppings, incluindo a Abrasce. Para ele, o Espírito Santo tem feito um grande esforço para facilitar, dentro do possível, a abertura do comércio. No entanto, o momento pede cautela diante do aumento do número de casos e internações>
"Estamos com mais de 80% de ocupação dos leitos, se ultrapassar 90% é possível que a gente tenha que tomar medias ainda mais restritivas. Estamos fazendo um esforço hercúleo de tentar uma convivência o mais harmoniosa possível entre o trato com a saúde e as atividades comerciais. >
Tyago Hoffmann
Secretário de Estado de GovernoDia impar: novas regras para abertura do comércio
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