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“Barulhão feio”, diz motorista que socorreu médico que caiu em cratera em Cachoeiro

“Barulhão feio”, diz motorista que socorreu médico que caiu em cratera em Cachoeiro

O médico Eurípedes Fernandes sofreu uma fratura no fêmur após "ser engolido"; ele caminhava quando o terreno cedeu abaixo dos pés

Publicado em 1 de abril de 2024 às 21:02

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Geraldo Mussi, motorista que ajudou a socorrer médico que caiu em cratera em Cachoeiro
Geraldo Mussi, motorista que ajudou a socorrer médico que caiu em cratera em Cachoeiro. (Matheus Martins/TV Gazeta Sul)
Sara Oliveira
Repórter / [email protected]

O motorista Geraldo Mussi passava pela Avenida Francisco Lacerda de Aguiar, em Cachoeiro de Itapemirim, quando viu o médico Eurípedes Fernandes de Melo ser “engolido” por uma cratera que se abriu em uma calçada no bairro Gilberto Machado. Um dos primeiros a ajudar a socorrer a vítima, o morador conta que o barulho foi assustador.

“Foi um barulhão feio. O trem caiu foi tudo em cima dele. Desci para pegar. Ajudamos a tirar, veio o outro rapaz e me ajudou a tirar porque tava muito pesado. Eu sozinho não aguentava. Levantamos, colocamos uma escora e tiramos ele", relatou o motorista, em entrevista ao repórter Gustavo Ribeiro, da TV Gazeta Sul.

O médico foi socorrido em uma ambulância e levado a um hospital próximo. “Ele tava pedindo socorro porque tava muito pesado a pedra em cima dele [...] Na hora que o buraco afundou e a pedra caiu em cima dele, nós só viemos aqui correndo e tiramos as pedras pra não deixar ele sufocar com a água e com a pedra pesada que tava em cima dele", conta Geraldo.

Como está a vítima?

A cratera que se abriu tem cerca de dois metros de altura. O filho da vítima, Alberto Soeiro, informou à reportagem que o pai está lúcido, mas teve fratura do fêmur e foi submetido a uma cirurgia na tarde desta segunda-feira.

A informação foi confirmada pela Unimed Sul Capixaba, no início da noite desta segunda (1). Segundo o Hospital, o médico foi operado e uma a cirurgia definitiva no fêmur com inclusão de uma haste foi realizando, estando o paciente lúcido e orientado.

Sem indícios

Segundo o advogado Arthur Buteri, filho dos donos da casa em que o muro se abriu, a calçada não tinha nenhum indício de problemas.

“No domingo eu vim aqui porque o portão parou de funcionar. A princípio, a gente achou até que era um problema técnico, tanto que a gente acionou o pessoal que faz manutenção elétrica para hoje porque por fora parecia tudo real. Não tinha indício nenhum de que isso podia acontecer”, relatou.

Rompimento de calçada pode ter sido provocado por raízes de árvore, aponta CREA-ES(Prefeitura de Cachoeiro)

O que aconteceu?

  • De acordo com o Crea-ES (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Espírito Santo),  uma ruptura foi identificada na rede de drenagem na região, provavelmente ocasionada por raízes de uma árvore.

  • Apesar disso, a empresa BRK, que presta serviços de saneamento na cidade, diz que uma equipe técnica esteve no local e constatou que o acidente não tem relação com as redes de água e esgoto operadas pela concessionária.

  • Mas o coordenador da Defesa Civil municipal, Inácio Daroz, explica que a calçada cedeu por falta de sustentação. Ele não deu tantos detalhes, mas acredita que o acidente possa ter sido causado pela água da chuva, que teria deixado a calçada e o muro 'suspensos'. 

  • A Prefeitura de Cachoeiro reforça que informações preliminares apontam para a possibilidade de que a rede de drenagem tenha sido deteriorada em virtude do tempo, já que existe há mais de 30 anos. "Um estudo está sendo feito e não há como afirmar, ainda, que a árvore existente no local tenha sido responsável pelos danos à rede", explicou.

  • A concessionária de água e esgoto (BKR) foi procurada novamente pela reportagem com as informações repassadas pelo Crea-ES e Prefeitura de Cachoeiro, mas a empresa afirmou novamente que o acidente não está relacionado às tubulações. "As redes de abastecimento de água e de coleta de esgoto daquele trecho operam com regularidade, sem qualquer avaria", garantiu.

*Com informações do repórter Gustavo Ribeiro

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