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Publicado em 12 de setembro de 2024 às 11:45
Em 1979, o estudante de comunicação Abdo Chequer sonhava em ser publicitário. Mas uma experiência negativa em uma gráfica fez os planos mudarem. Deixou, então, um currículo na então recém-inaugurada TV Gazeta. E para surpresa dele, foi chamado para ser repórter.>
Levou pouco tempo entre a primeira reportagem até Abdo se tornar a cara da emissora. Foi apresentador da edição local do jornal da Globo. Também mediou o primeiro debate para governador do Espírito Santo em 1982, quando o país começava a sair da Ditadura Militar. Chegou agora em 2024 aos 45 anos de jornada na Rede Gazeta.>
Atualmente como diretor de Jornalismo, Abdo foi um dos homenageados no aniversário de 96 anos grupo completados na quarta-feira (11), durante cerimônia na sede da empresa.>
"Sinto-me extasiado. Uma emoção muito grande me invadiu de uma maneira inexplicável. Agradeço por ter cumprido esse tempo, esses 45 anos aqui na Gazeta. Espero que tenha saúde, discernimento e companheirismo para continuar trabalhando com honestidade, competência e vontade", disse Abdo, no evento.>
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No auditório da emissora, além de funcionários, familiares e amigos do jornalista participaram da homenagem. Para o presidente da Rede Gazeta, Café Lindenberg, seu Cariê Lindenberg, antigo acionista do grupo que morreu em 2021, nutria por Abdo uma admiração que permanece até hoje na empresa. "Abdo é uma das pessoas que meu pai mais admirou. Muito dos valores que a Gazeta defende já vem de muito tempo, e ele os incorpora como ninguém, transmitindo-os para toda a nossa equipe de jornalismo. Sou muito grato por tudo que ele fez e continua fazendo por nós">
Como reconhecimento pelas mais de quatro décadas de trabalho, a trajetória de Abdo foi exibida em vídeo produzido pela 27ª turma de Residência.>
Sobre a estreia de Abdo como repórter, a também jornalista e esposa do diretor, Terezinha Bertolo, relembra o momento. “Foi a primeira experiência dele, que estava nervoso. Mas foi ali que tudo começou. Levou pouco tempo entre a primeira reportagem e até o momento que Abdo se tornou a cara da emissora, como apresentador dos jornais locais”. >
Em 1983, Abdo lançou o Bom Dia Espírito Santo, consagrando-se como personalidade capixaba. Em razão do destaque, em 1991, foi convidado para ser mestre de cerimônia na visita do Papa João Paulo II ao Espírito Santo.>
Foi âncora do programa por 21 anos, a maior parte do tempo ao lado de Marisa Sampaio. Sob o comando da dupla, o jornal virou referência em entrevistas memoráveis, como a com o então governador José Ignácio, em 2001. Após denúncias de corrupção, o governador teve uma explosão de fúria, ao vivo.>
Abdo deixou o Bom Dia em 2007 para se dedicar à Direção de Jornalismo da Rede Gazeta, sendo responsável até hoje pelo conteúdo da TV Gazeta, sites A Gazeta, G1 Espírito Santo, GloboEsporte.com e Rádio CBN Vitória. Ao longo dessas quatro décadas e meia, ele liderou o time de profissionais que criaram o DNA do jornalismo do grupo.>
Segundo Bruno Dalvi, editor-chefe da TV Gazeta e G1 ES, a contribuição de Abdo para o jornalismo capixaba é imensurável. "São muitos os aprendizados e um deles eu pratico diariamente: garantir que os fatos sejam perseguidos onde quer que eles estejam, isso sem medo e sem favor. Eu aprendi com Abdo que a verdade e a ética estão acima de qualquer influência ou interesse. E isso, para mim, é um compromisso inegociável".>
Compartilha da mesma opinião o editor-chefe de A Gazeta e da Rádio CBN Geraldo Nascimento. "O Abdo tem e sempre teve muito a repassar para quem estava sob o seu comando. E eu me vejo nessa situação de olhar para o Jornalismo e entender que a gente tem uma missão a cumprir". >
Para Abdo Filho, que além de colunista de Economia de A Gazeta, a ética é um dos mais importantes legados de seu pai. "Elle não estava muito preocupado com o que os outros iam achar, mas com a sua consciência. E isso vale muito para o jornalismo". Outro a destacar a contribuição de Abdo ao cenário jornalístico capixaba foi Luiz Veiga, editor-responsável do Gazeta Meio Dia. "Abdo é uma pessoa que nos inspirou dentro e fora da Redação. Acho que todos aprendemos muito com ele. Exerci vários cargos no jornalismo a partir da base conquistada na TV Gazeta.">
Marisa Sampaio exaltou a seriedade e a confiança do seu companheiro de bancada. "Eu acho que a gente contribuiu muito, especialmente numa época obscura do Espírito Santo, em que havia grande corrupção e precisamos denunciar muita coisa. As pessoas vinham entregar provas na sua mão, o que revela a confiança no seu jornalismo, na sua seriedade. Isso é marcante".>
Lucas Chequer, filho de Abdo, ressalta o papel do seu pai como jornalista. "Sabiamos das coisas que ele vinha enfrentando. Ele é corajoso e nós, filhos, perguntávamos se ele não temia [ser questionador]. Ele nos respondia que não, que não estava fazendo nada para prejudicar, mas para trazer o melhor possível, que era a notícia". >
Virtude e senso de justiça também são características elogiadas por João Chequer, irmão de Abdo. "Ele batia de frente, era muito combativo e enfrentou, jornalisticamente, governadores, prefeitos, deputados... Não esquecendo, porém, de elogiar o que era elogiável". >
Miguel Chequer, também filho de Abdo, ressalta o companheirismo. "É sorte nossa que ele esteja com tanta saúde, para podermos ter mais tempo para conviver e aprender com ele". Por fim, Chequer Hanna, irmão do diretor, finaliza. "Temos muito orgulho dele, que é o melhor de nós, sem dúvida.">
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