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Rio declara caipirinha patrimônio imaterial

Rio declara caipirinha patrimônio imaterial

Bebida símbolo do Brasil foi criada em São Paulo como remédio contra a gripe espanhola, em 1918

Publicado em 29 de outubro de 2019 às 15:56

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Caipirinha tradicional é feita com cachaça, limão, açúcar e gelo. (Daniel Reche/Reprodução Pixabay)

Um drinque criado no interior de São Paulo acaba de ser declarado patrimônio imaterial do Rio. O reconhecimento da tradicional caipirinha foi publicado na edição de quinta-feira, 24/10, do Diário Oficial do Rio. A proposta de tornar a caipirinha patrimônio imaterial partiu do deputado federal Paulo Ramos (PDT/RJ) por meio do Projeto de Lei 4334 de 2018 - ano em que se comemorou um século da criação do coquetel. No texto sancionado pelo governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), a caipirinha é chamada de "bebida símbolo do Brasil".

"Sou muito ligado à cachaça e, numa conversa de botequim, me veio a ideia de prestigiar a caipirinha", contou Paulo Ramos que, na época da proposta, quando era deputado estadual. "A caipirinha pode ter sido criada em São Paulo, mas, definitivamente, foi no Rio que ela alcançou maior visibilidade."

Há várias versões para o surgimento da bebida, mas a mais aceita pelo Instituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac) sustenta que a bebida foi criada em 1918, em São Paulo, como um remédio contra a gripe espanhola.

"A receita, no entanto, era um pouco diferente da atual: cachaça, limão, alho e mel", afirma o diretor-executivo do Ibrac, Carlos Lima. "No passado, muitos medicamentos tinham uma base alcoólica."

Não demorou muito para que as pessoas percebessem o potencial social da bebida. Tanto é assim que pouco tempo depois, em 1922, na Semana de Arte Moderna, a caipirinha foi a bebida oficial do evento, o que ajudou a popularizá-la.

"A Semana de Arte Moderna foi marcada por um resgate da brasilidade", explica Carlos Lima. "Por isso, a caipirinha foi escolhida como o drinque da semana."

Segundo os puristas, para ter esse nome, a caipirinha deve ser composta somente de cachaça, açúcar e limão. "Não chega a ser um absurdo que se usem outras frutas, numa releitura da bebida", afirma Lima. "Mas não posso aceitar nenhum outro destilado que não seja a cachaça."

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O Ibrac estima que sejam produzidos anualmente 700 milhões de litros de cachaça - a segunda bebida alcoólica mais consumida no Brasil, atrás apenas da cerveja.

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