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Sheryl Crow diz que foi assediada por empresário de Michael Jackson

Sheryl Crow diz que foi assediada por empresário de Michael Jackson

Cantora conta que enfrentou um longo período de depressão

Publicado em 14 de junho de 2021 às 16:43

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Sheryl Crow durante seu show, que não empolgou o público do Rock in Rio 3, no Rio de Janeiro (RJ)
Sheryl Crow durante seu show, que não empolgou o público do Rock in Rio 3, no Rio de Janeiro (RJ). (Antônio Gaudério / Folhapress)

A cantora e atriz Sheryl Crow, 59, contou que foi vítima de assédio sexual cometido por Frank DiLeo (1947-2011), empresário do cantor Michael Jackson (1958-2009), durante uma turnê do cantor, em entrevista ao jornal britânico The Independent.

Crow conta que o assédio aconteceu em 1987, quando ela tinha 25 anos e estava participando da turnê mundial do cantor para divulgar o álbum "Bad" (1987). Durante a conversa, ela exaltou a vivência da turnê e se lamentou apenas das interações com DiLeo.

"Foi incrível de várias formas, em termos de formação e bagagem para uma pessoa tão jovem e de uma cidade pequena, ver o mundo e trabalhar com o maior astro papo. Mas também foi um choque com a indústria da música", afirmou a artista que veio do Missouri, nos Estados Unidos.

A artista, nove vezes vencedora do Grammy, chegou a estar envolvida em rumores de que Michael Jackson estaria se apaixonando por ela e teria oferecido dinheiro para ter um filho. Porém no livro de memórias "Words + Music" (2020) ela diz que as histórias foram plantadas pelo empresário.

Porém, DiLeo era quem se interessava por Crow. O empresário a sujeitou a assédio sexual contínuo durante a turnê, prometendo torná-la uma estrela, enquanto ameaçava que se ela recusasse ou contasse a alguém, ele garantiria que sua carreira terminasse antes mesmo de começar.

"É interessante voltar no tempo e revisitar essas coisas velhas e as experiências que adquiri com elas e depois comparar com o estado atual das coisas", afirmou. "Ser capaz de tocar aquelas coisas sobre a longa crise de assédio sexual que suportei durante a turnê de Michael Jackson e falar sobre isso no meio do movimento MeToo."

"Parece que avançamos muito, mas sinto que ainda não chegamos lá", refletiu a artista. Apesar de nunca ter falado em detalhes sobre a experiência com DiLeo antes do livro, ela conta que duas músicas de seu álbum de estreia, lançado em 1993, fazem referência ao empresário.

São elas: "What I Can Do For You", escrita a partir da perspectiva de um poderoso abusador, e "The Na-Na Song", que possui o verso: "Talvez se eu tivesse deixado ele teria uma música de sucesso". "Foi a primeira vez que falei sobre isso e me senti muito desconfortável, mas me pareceu muito mais poderoso poder falar sobre isso e tocar a música que foi inspirada por ele."

"Não é para isso que serve a música? Para nos ajudar a trabalhar com quaisquer que sejam nossas experiências, e esperançosamente para que o coletivo encontre suas próprias situações em sua música também?", completou a artista.

Depois da turnê, ela retornou para seu apartamento em Los Angeles e enfrentou um grande período de depressão. Crow chegou a procurar um advogado para mover uma ação contra DiLeo, mas foi aconselhada a não seguir com o processo.

"Você se muda para Los Angeles pensando que fez todo o seu dever de casa", diz Crow. "Você praticou toda a sua vida, ouviu os maiores artistas, tocou em cafés e então saiu e aprendeu", continuou. "Quando a bolha do seu sonho estourar, você pode dizer: 'Ok, bem, vou esquecer esse sonho', ou fazer o que eu fiz, que foi mergulhar nele por cerca de um ano."

Atualmente Crow possui sete álbuns de estúdio em sua jornada e acumula mais de 17 milhões de discos vendidos apenas nos Estados Unidos, além de 50 milhões no mundo inteiro. "Música e arte: é o que nos fará superar todos esses tempos realmente estranhos", diz ela. "Algo que penetra e ressoa naquele mesmo lugar em todos nós."

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