Publicado em 1 de fevereiro de 2020 às 14:00
Em obras de restauro desde o início de 2019, as centenárias ruínas da Igreja São José do Queimado, na Serra, finalmente serão reinauguradas em uma cerimônia marcada, inicialmente, para 19 de março. >
A data foi anunciada pelo secretário de Turismo, Cultura, Esporte e Lazer do município, Alessandre Motta, em entrevista ao DIVIRTA-SE para detalhar os planos da pasta, que contará com uma verba de cerca de R$ 2 milhões (somente para atividades culturais) em 2020.>
"Contamos com o aporte financeiro de parceiros da iniciativa privada, o que foi essencial para uma obra orçada em R$ 1,3 milhões. A ideia é revitalizar o espaço, tentando preservá-lo do avanço da natureza, pois o local conta com muitas árvores e plantações rasteiras", aponta>
Como já adiantado em reportagem de A GAZETA, publicada em setembro de 2019, o espaço será transformado em um museu ao ar livre, onde será possível conhecer os achados arqueológicos encontrados na região.>
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As ruínas, que ao longo dos anos perderam algumas paredes e a torre principal, vão receber uma estrutura metálica para dar suporte às paredes que ainda permanecem em pé. Também está sendo aplicado na estrutura um tipo de resina, que vai impedir o desgaste ocasionado pelo tempo.>
A Igreja São José do Queimado - que conta com projeto de restauração do Instituto Modus Vivendi - será reinaugurada na semana em que se comemora a Insurreição do Queimado, um movimento que buscava a libertação dos escravos liderada por Chico Prego, João da Viúva e Eliziário Rangel, em março de 1849.>
Alessandre Motta adianta que o órgão estuda uma parceria com escolas públicas da Serra no intuito de mostrar aos estudantes a importância da educação patrimonial. "Queremos fazer visitas monitoradas, evidenciado as potencialidades turísticas. Essas mudanças devem acontecer em maio". Ainda nas ruínas, estão previstas as construções de uma loja e de uma lanchonete. >
Outra aposta da secretaria está na criação de um Plano Museológico para o Judith Leão Castello Ribeiro, localizado na Serra Sede. "Estamos fazendo uma reestruturação para o envio de uma carta de endosso ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Assim, poderemos receber grandes exposições e artefatos museológicos. Para isso, é necessário fazer uma reforma, principalmente na parte hidráulica. O projeto deve ficar pronto até o final do primeiro semestre", adianta, informado que o Judith Leão é um dos únicos museus do Estado aptos a receber o aporte financeiro do Iphan.>
Inativa desde 2016, a Lei de incentivo cultural Chico Prego pode voltar em 2020. De acordo com Motta, um novo edital deve ser publicado até setembro.>
"A Chico Prego está em um momento de reestruturação. Fizemos um levantamento sobre as prestações de contas e constatamos que muitos projetos contemplados desde 2001 ainda não regularizaram pendências junto à prefeitura. Estamos cobrando cerca de R$ 2 milhões, que precisam ser devolvidos aos cofres públicos", explica, afirmando que, com a reformulação da lei, a verba para as iniciativas deve sair diretamente do órgão, não mais em forma de renúncia fiscal, como feito anteriormente. "Será uma decisão tomada em conjunto com o Conselho de Cultura da Serra", complementa. >
Motta também revela que o município deve fazer um chamamento público ainda no primeiro semestre para contratar oficineiros e expositores artísticos, com o intuito de estimular a economia criativa. >
"Queremos fomentar a cultura em todas as áreas da Serra, especialmente no suporte para que pequenos artesãos, atores e videomakers possam se profissionalizar. Estamos propondo, ainda, uma parceria com o Sebrae, no desejo que os artistas se estruturem ainda mais", assinala. >
Questionado se a prefeitura pretende apoiar o Centro Cultural Eliziário Rangel - que possuiu o único teatro em atividade do município -, Alessandre afirmou que o órgão foi procurado pelos diretores do espaço, mas ainda não tem um planejamento específico para a associação. >
"O Eliziário conta com bônus da Lei de Incentivo à Cultura (antiga Lei Rouanet) e nos apresentou o projeto. Entramos em contato com empresários da Serra, mas eles ainda estão reticentes em apoiar iniciativas culturais, especialmente após as mudanças propostas pelo governo federal para o setor. Não conseguimos seguir com as negociações". >
Motta afirma, porém, que um Centro Cultural será aberto na Serra, desta vez em Novo Porto Canoa.Estamos criando um Centro de Artes e Esportes Unificado (CEU), que vai beneficiar diretamente mais de 60 mil moradores. Será uma parceria com o Ministério da Cidadania, dentro do projeto Estação Cidadania e Cultura. Nossa ideia é criar um cineteatro, biblioteca e salas multiúso. A inauguração será ainda no primeiro semestre", conclui. >
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