Segundo conta a lenda indígena que faz parte do folclore brasileiro, a planta aquática vitória-régia é originalmente uma índia que afogou-se ao entrar no rio para beijar o reflexo da lua na água. Com a intenção de valorizar a cultura nacional e estimular o conhecimento infantojuvenil, a história serviu de inspiração para a peça A Menina Que Queria Ser Estrela, que apresentada neste sábado (20), no Teatro Universitário, pela Cia. Nós de Teatro, dentro do Circuito Cultural Unimed.
No espetáculo, a menina Vitória sonha em se tornar estrela. Para realizar o desejo, tem a tarefa de decifrar os enigmas da lua, que acabam por levá-la a várias descobertas sobre si mesma, sobre a fauna e o folclore brasileiro. Em sua jornada, Vitória tem o apoio de amigos e enfrenta desafios, que vão da escuta à demanda por coragem de enfrentar a realidade para ir atrás dos próprios sonhos.
No decorrer da peça, surgem histórias do folclore geralmente pouco conhecidas em território capixaba, como a do Capelobo, que possui a aparência de um monstro. Sua lenda é conhecida principalmente em Estados como Maranhão, Amazonas e Pará.
Da região Sul, no outro extremo do país, vem o mito do Sanguanel, também contado na montagem. A lenda vem da imigração italiana comum no Rio Grande do Sul, e envolve a história de um ser pequeno e avermelhado, conhecido por roubar crianças e escondê-las no alto das árvores.
Autoral
Integrante da Cia. Nós de Teatro, que divide as atividades entre Cachoeiro de Itapemirim e Vitória, Brenda Perim assina a direção, dramaturgia e produção em parceria com Marco Antônio Reis. Em entrevista ao C2, Brenda conta que a ideia de trazer à tona histórias pouco conhecidas do folclore surgiu em um projeto de iniciação científica nas Artes Cênicas.
É um trabalho totalmente autoral. Fizemos junto com o elenco uma pesquisa sobre folclore e encontramos esses mitos menos conhecidos. Pensamos em resgatar essa brasilidade e não só. A trilha sonora, por exemplo, foi feita por estudantes de Música da Ufes, valorizando elementos da cultura local, como a casaca e o tambor de congo, destaca Brenda.
Formado por Leonardo Dariva, Marco Antônio Reis, Rafael Olidacog e Sami Gotto, o elenco dá vida a oito personagens que lembram seres mitológicos e exploram o sentido lúdico da mensagem da peça.
O Capelobo, por exemplo, é retratado de uma forma mais subjetiva, de modo que fique claro que a figura monstruosa está muito mais presente na maneira como as pessoas contam a história, do que na figura mitológica em si.
Trabalhamos muito com isso: a forma como esses seres mitológicos são levados às pessoas. Não tratamos os seres de forma literal, ressalta Brenda.
Desta forma, a companhia busca, acima de tudo, incentivar a criatividade dos pequenos e dos adultos, deixando também uma pulguinha atrás da orelha.
Como você, enquanto espectador, se relaciona com seus sonhos? É isso que questionamos. A ideia é que as pessoas, inclusive as crianças, tracem paralelos entre a peça e a realidade, para notar como o sonho se transforma ao longo da vida, como abrimos mão das coisas para fazer essa busca.
A Menina Que Queria Ser Estrela
Quando: Sábado (20), às 14h.
Onde: Teatro Universitário, Ufes, Av. Fernando Ferrari, 514, Goiabeiras, Vitória.
Ingressos: R$ 20 (inteira), R$ 10 (meia). Assinantes de A GAZETA têm 50% de desconto no valor do ingresso inteiro. À venda na bilheteria do teatro ou no portal Tudus.com.br.
Informações: (27) 3335-2953.
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