Publicado em 18 de junho de 2019 às 14:50
Hugo Bonemer, de 31 anos, comemora a atual fase da carreira. Em meio ao sucesso de sua participação no "Show dos Famosos", no dominical "Domingão do Faustão", na Globo, o rapaz grava a segunda temporada de "A Vida Secreta dos Casais", série de produção própria da HBO - ainda sem data de estreia -, onde interpreta Erick Andreazza.>
Com as gravações, o primo distante de William Bonner (o sobrenome verdadeiro é Bonemer, igual ao de Hugo) divide o tempo entre set, estúdio de L!ke, o programa em que é apresentador, e os ensaios do "Show dos Famosos", onde já performou como Luan Santana, Britney Spears, Oswaldo Montenegro, Adam Levine e Amy Winehouse. "A escolha é toda feita em conjunto com a equipe. E está sendo uma experiência maravilhosa. É sempre engrandecedor fazer esses trabalhos na televisão", opina.>
Em entrevista exclusiva ao Gazeta Online, também destacou o papel como referência pública para a comunidade LGBTI+ e sobre como adota hábitos para ser mais sustentável a cada dia. No bate-papo, Hugo fala de carreira, família e aceitação: "Eu vivo naturalmente. E é assim que eu mostro que sou uma pessoa tão normal quanto qualquer outra".>
Como está sendo a participação no "Show dos Famosos"?>
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A gente vai conversando junto para escolher os homenageados. Os nomes são debatidos o tempo todo, algumas ordens são invertidas... Trabalho em teatro musical já, desde muito tempo, mas nada é igual ao 'Show (dos Famosos)'. A grande diferença é que um papel que está só no texto, na minha cabeça e do diretor, sempre vai ser criado de forma diferente. Ao passo que lá tem uma equipe inteira olhando para uma mesma produção e todo mundo quer chegar ao mesmo lugar. É gostoso.>
Como isso contribui para a carreira de ator?>
Tudo contribui. A experiência de apresentar ao vivo com tantas pessoas, lidar com tantas opiniões... Eu me divirto. Porque as pessoas são muito engraçadas.>
Mesmo as que criticam?>
Todo mundo que critica quer fazer rir. As pessoas que me criticam querem me fazer rir. Então, eu rio (risos).>
Alguma das performances foi especial para você?>
Todas foram pensadas com muito carinho. É claro que, no Dia das Mães, quando performei Oswaldo Montenegro, foi mais especial porque tem um significado.>
E a família, o namorado...? Como é a relação com tudo? Te apoiam?>
Mesmo que alguém não apoiasse, não teria muita escolha. Mas todo mundo apoia. E tem que dar para conciliar tudo. Eu, além do "Show dos Famosos", trabalho toda semana em um outro canal, com o L!ke. Apresento o programa sugerindo filmes e séries, faço algumas entrevistas, falo de novas produções, mas de uma forma mais humanizada.>
Em A Vida Secreta dos Casais, você volta a interpretar Erick Andreazza, seu primeiro vilão? Como é sua participação?>
O Erick é um herói trágico. Um vilão que passa por uma transformação. Foi com ele que gravei uma das cenas mais pesadas até hoje, cenas de violência contra a mulher, mas ele é um cara que tem tudo e acha que nada pode atingi-lo, que ele está acima da lei, das regras... E ele terminou a primeira temporada levando um choque de realidade.>
E como é o papel nesta segunda temporada?>
Agora ele chega desse jeito, tendo a oportunidade de ter uma outra vida. Esse termo "mocinho" e "vilão" está caindo em desuso na dramaturgia contemporânea, porque era o mal só com coisa ruim e o bem só com coisa boa. Mas tem se tornado comum os mocinhos fazerem coisas muito ruins e vilões se reencontrarem pela trama. Mostra o aprendizado do personagem. Caráter é uma construção, diferente de sexualidade, que a gente descobre.>
A nova safra de artistas, como você, colabora para essas desconstruções?>
Quando quer, colabora. O objetivo do artista não é mudar a sociedade. O objetivo é expor. Quem vai avaliar é o público. O artista não é ideológico. O artista sugere emoções, ações e situações que o público vive no dia a dia. O que eu quero dizer com mudança é que o artista pode propor a própria mudança. Sabe quando falam que alguém tem que fazer alguma coisa? A gente também é alguém. Questões ecológicas, por exemplo: não adianta ser a pessoa que critica o agrotóxico e comprar escova de plástico.>
Você é ligado na temática ecológica?>
Sim... E tento praticar. Uso escovas de bambu, que já estão bem disponíveis no mercado, e sempre procuro levar meu canudo nos locais que frequento, principalmente depois da lei. O próximo passo pode ser avaliar os copos descartáveis. Já existem copos de amido de milho que são totalmente ecológicos.>
E o que você faz, assim como na temática ecológica, para dar visibilidade e reconhecimento ao universo LGBTI+?>
Vivo naturalmente para mostrar e dizer que sou uma pessoa tão normal quanto qualquer outra. Eu mantenho as relações que todo mundo tem, tenho os mesmos medos, mesmas vontades, e a única coisa que posso fazer é trazer conhecimento dentro do espaço que me é dado por meio de informação. O artista que faz um beijo gay na novela dá a oportunidade de o filho que está assistindo conversar com os pais. A cena não vai influenciar em nada. Beijo gay em novela não forma sexualidade.>
E sua relação com William Bonner? Como é?>
Conheci o William quando eu tinha 15 anos. Comecei teatro aos 6, então não posso dizer que tive influência de ver o primo na TV. Na ocasião, brinquei no colégio que eu era Hugo Bonner e fui falar com meu pai sobre isso. Ele confirmou que nós éramos primos e foi quando eu fiz contato. Fiquei curioso com o parentesco. E aí acabei até aproximando a família, porque o pessoal estava meio afastado. Ele é primo por parte de pai.>
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