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Cirque du Soleil entra em recuperação judicial por crise da pandemia

Cirque du Soleil entra em recuperação judicial por crise da pandemia

Publicado em 30 de junho de 2020 às 08:17

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Cena de espetáculo do Cirque du Soleil
Cena de espetáculo do Cirque du Soleil. (Reprodução/Instagram @cirquedusoleil)

Com sede em Montreal, no Canadá, a produtora se encaixou em um programa voltado ao auxílio de empresas que têm dívidas acima de US$ 5 milhões

Desde o início da pandemia do novo coronavírus, o Cirque du Soleil sofre perdas e impacto econômico em seus espetáculos e turnês pelo mundo. Nesta segunda, 29, a companhia entrou em um programa de recuperação judicial no Canadá, com o objetivo de evitar a falência e se proteger de seus credores.

Com sede em Montreal, a produtora se encaixou em um programa voltado ao auxílio de empresas que têm dívidas acima de US$ 5 milhões - as estimativas do mercado americano é de que as dívidas totais da empresa cheguem a US$ 1 bilhão. A companhia de entretenimento foi fundada em 1984, no Canadá, e ficou famosa no mundo com espetáculos que misturam circo, dança, música e efeitos audiovisuais.

As empresas de entretenimento que dependem de grandes multidões estavam entre as primeiras vítimas do vírus nos negócios. O Cirque du Soleil demitiu 4.679 funcionários - cerca de 95% de sua força de trabalho - em 19 de março, depois de encerrar 44 produções para cumprir com as ordens dos governos em todo o mundo. Entre os dispensados, estavam os brasileiros Marcelo Perna e Gabriel Christo. Perna integrava o espetáculo Corteo e Christo fez parte de montagens como Amaluna e Toruk, inspirado no filme Avatar. Os dois estavam na equipe artística do Cirque du Soleil companhia.

Fundada por Guy Laliberté, a companhia deixou de ter seu controle em 2009, quando ele renunciou ao controle do circo por US$ 1 bilhão em 2015. Foi então transferida para as mãos do fundo privado norte-americano TPG Capital, que hoje possui 55% do capital, enquanto 25% pertence ao fundo chinês Fosun, proprietário do Club Med e Thomas Cook, e os 20% restantes à empresa público-privada Caixa de Seguros e Pensões de Quebec (CDPQ, sua sigla em francês).

A partir daquele ano de 2015, o Cirque embarcou em custosas aquisições (como a Blue Man Productions, em 2017, e a VStar Entertainment Group, em 2018) além de promover reformas de salas de espetáculos permanentes ao mesmo tempo em que, de acordo com a imprensa de Quebec, seu característico espírito criativo estava em declínio.

No ano passado, adicionou a Works Entertainment e a trupe de mágicos chamados Illusionists ao seu portfólio, antes de fechar um acordo separado para fazer filmes de longa-metragem com a empresa que coproduziu o sucesso The Lego Movie.

De Las Vegas a Nova York ou China, os esforços equivocados vêm se acumulando sob suas tendas amarelas e brancas, elevando a dívida para mais de US$ 1 bilhão.

A empresa fechou 44 espetáculos pelo mundo em março, segundo o jornal Las Vegas Review Journal. O acordo, segundo o jornal, inclui um investimento de US$ 200 milhões do governo canadense e mais US$ 100 milhões para tentar continuar as operações da empresa enquanto ela se reestrutura.

No entanto, este "acordo de princípio" depende de que a sede do circo permaneça em Montreal e que a província possa recomprar as ações americanas e chinesas no momento oportuno, "pelo valor de mercado" e com "provavelmente um sócio local", afirmou Pierre Fitzgibbon, ministro da Economia de Quebec.

"Nos últimos 36 anos, o Cirque du Soleil foi uma organização altamente lucrativa e de sucesso", disse Daniel Lamarre, CEO da empresa, em um comunicado. "No entanto, com receita zero desde o fechamento forçado dos nossos shows devido à covid-19, a diretoria teve que agir com firmeza para proteger o futuro da empresa."

Como os shows em Las Vegas (O, Zumanity, The Beatles Love, Ka, Mystere e Michael Jackson One) e Orlando (Drawn to Life, em Disney Springs) devem voltar antes dos demais espetáculos do grupo, os colaboradores desses núcleos não foram afetados pelas demissões para que estejam à disposição assim que as portas reabrirem.

Shows em Austin, Texas, Chicago, Houston, Nova Orleans, Salt Lake City, Montreal, Boston, Tel Aviv, Meloneras (Espanha), Munique, Costa Mesa (Califórnia), Denver e as cidades australianas de Melbourne, Adelaide e Perth foram cancelados. (Com agências internacionais)

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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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