Sem ponte em Iconha: não pode haver obstáculos entre o aluno e a escola

Alguma solução, qualquer que fosse, deveria ter sido encontrada com a proximidade do início das aulas, na segunda-feira (09)

Publicado em 10/03/2020 às 19h17
Atualizado em 10/03/2020 às 20h49
Com ponte caída, crianças atravessam rio para estudar. Crédito: Reprodução
Com ponte caída, crianças atravessam rio para estudar. Crédito: Reprodução

As imagens de crianças se arriscando em um rio para chegar à escola são mais uma peça a formar o caleidoscópio das grandes calamidades cotidianas que assolam a população brasileira. E não há catástrofe prévia que justifique tanto descaso.

Todos entendem que Iconha, no Sul do Estado, ainda sofre as consequências das chuvas de janeiro e dos temporais mais recentes. Mas alguma solução, qualquer que fosse, deveria ter sido encontrada com a proximidade do início das aulas, na segunda-feira (09).

No início do ano, a ponte do bairro Bom Destino foi destruída, e com as chuvas de março a estrutura provisória que ocupava o local também foi levada pela correnteza. A prefeitura alega que a responsabilidade da reconstrução é do governo estadual, mas o que importa é o resultado visível da omissão estatal: crianças em risco, escalando as carcaças da ponte e atravessando o rio a pé. Ao menos o transporte escolar deveria ter sido disponibilizado, em caráter emergencial, para esses alunos. Nesta terça-feira (10), as providências começaram a ser tomadas, com a construção de uma travessia provisória. Tardiamente.

E vale lembrar que há outro risco, também substancial, para o próprio desempenho desses alunos na escola enquanto a situação permanecer assim. O caminho para a educação deve ser sempre livre de obstáculos. Em um país em que a área padece também pela falta de estímulos aos estudantes, essa “aventura” para chegar ao colégio só serve para distanciá-los ainda mais.

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