SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A ação de quadrilhas que roubam celulares e conseguem invadir contas bancárias digitais deixou usuários em alerta e com receio de usar seus dispositivos nas ruas da cidade.>
Hoje o risco representa menos a perda do aparelho em si e mais ter redes sociais, bancos, aplicativos de compras e emails vasculhados pelos criminosos, o que pode afetar a vida pessoal e financeira das vítimas.>
Na última semana, o agente de talentos Bruno de Paula, 36, viralizou no Twitter ao contar como criminosos conseguiram acessar suas contas bancárias, fazer transferências e pedir empréstimos depois de roubarem seu celular enquanto estava num táxi.>
Essa prática de furto, chamada de "bote", acontece quando os celulares são arrancados da mão da vítima, que geralmente está distraída e com o aparelho desbloqueado, facilitando o acesso aos aplicativos mais visados.>
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Mulher mostra celular/smartphone com aplicativos Crédito: Carlos Alberto Silva
A senha de desbloqueio dos celulares (PIN, senha escrita, biometria e Face ID) é a primeira barreira de segurança que os dispositivos oferecem, e uma das mais importantes, mas as medidas de segurança não param por aí.>
Especialistas em segurança digital ouvidos pela Folha de S.Paulo dividem as dicas entre antes e depois de um possível roubo. O antes consiste em aumentar a proteção geral do aparelho, dificultar o acesso a aplicativos e informações sensíveis e preparar o terreno para o pior cenário; o depois consiste em reduzir os danos e evitar prejuízos maiores.>
Reúna as informações completas e guarde-as em local acessível
A primeira e principal dica para agir rapidamente é destinar tempo a aprender a fazer todos os passos sugeridos pelos especialistas, e anotar contatos, instruções e passos necessários em um local de fácil acesso.
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Por mais que as dicas e cuidados pareçam lógicos e simples, na hora do incidente será difícil lembrar de todas elas.
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Aumente a proteção de seu celular
Vale a pena destinar um tempo para descobrir como implantar estas proteções no seu sistema de celular. Na internet há tutoriais específicos para iPhones e dispositivos Android.
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Não use a mesma senha para acessar contas diferentes. Crie uma para cada site e aplicativo, sem relação com informações pessoais (data de nascimento, nome da mãe) e composta de números, letras e símbolos. Use um gerenciador de senhas para facilitar o processo
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Não deixe armazenadas no aparelho imagens de cartão de crédito, documentos, comprovantes de endereço e senhas de bancos, emails e sites
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Sempre use uma proteção para desbloquear o celular, seja por PIN (sequência numérica), senha escrita, biometria ou reconhecimento facial
Diminua o tempo de bloqueio automático de tela. Quanto menor, maior sua segurança
Ative a opção de inserir senha quando um app é acessado. Assim, mesmo se o dispositivo for roubado estando desbloqueado, será possível evitar a exposição de informações sensíveis
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Ative a senha do seu chip. Se a função for ativada, será necessário digitar essa senha toda vez que o usuário ligar o telefone ou colocar o chip em outro aparelho
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Guarde aplicativos com informações sensíveis em pastas seguras ou deixe-os ocultos
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Guarde em um lugar seguro ou memorize o login e senha das contas Google (Android) e iCloud (iOS) para poder acessar os dispositivos remotamente
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Habilite um segundo fator de autenticação em todos os serviços disponíveis, mas não tenha o email de recuperação de senhas cadastrado no app do celular
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Desative o conteúdo de notificações de SMS e email na tela de bloqueio, para que não sejam exibidas informações de recuperação de senha, tokens e códigos de validação
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Aprenda como bloquear e apagar remotamente seu aparelho. Em iPhones, isso pode ser feito no iCloud; em dispositivos Android, podem ser usados os serviços do Google
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Escolha alguém de confiança para ter acesso ao sistema de bloqueio remoto do celular para apoiá-lo em caso de roubo ou furto
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Reduza o limite individual e diário das suas transações financeiras (Pix principalmente) e siga recomendações de segurança de sua instituição financeira
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Mantenha backups e aplicativos atualizados
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Evite prejuízos caso o dispositivo seja roubado
Prepare-se previamente para as operações abaixo. Entre em contato com operadora e bancos para checar contatos e informações que podem vir a ser necessárias e guarde essas instruções em local acessível (em papel ou numa nuvem que possa ser acessada rapidamente, por exemplo)
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Entre em contato com a operadora para que seu chip seja bloqueado. Para permitir esse passo, procure já a operadora, informe-se sobre como pedir o bloqueio do chip e mantenha essas informações em local acessível (nunca no seu celular, obviamente)
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Apague os dados do seu celular remotamente. Assim, o dispositivo ficará inutilizável e todas as informações serão apagadas na próxima vez que ele for conectado à internet. Prepare-se previamente estudando como fazer essa limpeza remota e anotando as instruções em local acessível
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Contate o suporte dos bancos para bloquear o acesso a contas e cartões. Informe-se previamente com o banco sobre os contatos e os passos necessários, e registre as informações em local acessível
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Altere senhas e emails de recuperação das redes sociais
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Avise amigos e familiares
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Registre o boletim de ocorrência para que o Imei (Identificação Internacional de Equipamento Móvel, uma espécie de CPF do aparelho) seja bloqueado. Para isso, verifique previamente o Imei do seu aparelho e registre-o em local acessível. Esse código está anotado na caixa do aparelho, mas também é possível recebê-lo digitando o código *#06# no teclado do telefone, como se estivesse fazendo uma ligação. O número aparecerá na tela.
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Fontes: José Luiz Santana, diretor de cibersegurança do C6 Bank, Thiago Bordini, diretor de inteligência cibernética da Axur, e Emilio Simoni, executivo-chefe de segurança da PSafe.>
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