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Vale atinge lucro de R$ 121,2 bi, o maior da história do Brasil

Vale atinge lucro de R$ 121,2 bi, o maior da história do Brasil

Com o resultado, a Vale propõe o pagamento de US$ 3,5 bilhões (R$ 18 bilhões, pela cotação atual) em dividendos a seus acionistas

Publicado em 25 de fevereiro de 2022 às 10:36

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RIO DE JANEIRO - Favorecida pelos preços recordes do minério de ferro durante o ano, a Vale fechou 2021 com lucro recorde de R$ 121,2 bilhões, mais de quatro vezes os R$ 26,7 bilhões verificados em 2020. É o maior lucro de uma empresa aberta no país, passando os R$ 106,6 bilhões anunciados pela Petrobras nesta quinta-feira (23).

Segundo a mineradora, o desempenho de 2021 foi impulsionado pelo aumento de 46,5% no preço de referência do minério com 62% de teor de ferro e por maiores vendas durante o ano, que teve cotações recordes no mercado internacional.

Com o resultado, a Vale propõe o pagamento de US$ 3,5 bilhões (R$ 18 bilhões, pela cotação atual) em dividendos a seus acionistas. A empresa já havia distribuído em 2021 US$ 7,4 bilhões (R$ 37 bilhões), como remuneração pelo desempenho do primeiro semestre.

Pátio da Vale com novo produto celulósico nas pilhas de minério de ferro
Pátio da Vale com novo produto celulósico nas pilhas de minério de ferro. (Marcelo Rosa/Agência Vale/Divulgação)

No balanço, como tem sido costume desde o rompimento da barragem que deixou 277 mortos em 2019, a Vale elenca os esforços para reparação, dizendo que gastou nesses três anos R$ 23 bilhões, incluindo os acordos para indenização individual de 12,8 mil pessoas.

A empresa disse ainda que já concluiu a descaracterização de 7 de suas 30 barragens construídas com o mesmo método usado naquela que se rompeu em Brumadinho, uma exigência legal após a tragédia. Este ano, outras cinco devem ter as obras concluídas e a companhia negocia mais prazo para concluir o restante.

"Estamos percorrendo o caminho para sermos uma das empresas mais seguras e confiáveis do setor e referência na criação e compartilhamento de valor para toda a sociedade", escreveu o presidente da Vale, Eduardo Bartolomeo no documento divulgado nesta quinta (24).

No quarto trimestre, a mineradora teve lucro de R$ 29,9 bilhões, alta de 243% em relação ao verificado no mesmo período do ano anterior.

Em 2021, a empresa vendeu minério de ferro pelo preço médio de US$ 104,5 por tonelada (R$ 534), 30,8% acima do verificado em 2020. No segundo trimestre, puxada da elevada demanda chinesa, a cotação ultrapassou pela primeira vez na história a barreira dos US$ 200 (R$ 1.020).

No ano, a Vale produziu 315,6 milhões de toneladas de minério, alta de 5,1% em relação ao verificado em 2020, reflexo da retomada de operações paralisadas após o desastre de Brumadinho e do maior apetite do mercado.

Com maiores vendas e preços melhores, a mineradora fechou 2021 com receita de R$ 293,5 bilhões, alta de 42,4% em relação a 2020. O Ebitda, indicador que mede o fluxo de caixa, subiu 82,3%, para R$ 168,1 bilhões.

O Ebitda do segmento de minerais ferrosos, principal operação da companhia, fechou o ano em R$ 169,8 bilhões, R$ 59,7 bilhões acima do registrado em 2020.

A Vale reduziu seu endividamento em 8,2% em 2021, chegando ao fim do ano com dívida bruta de US$ 12,2 bilhões (R$ 62 bilhões). Com a dívida controlada e boa geração de caixa, a mineradora tem realizado programas de recompra e cancelamento de ações.

Essas operações têm como objetivo valorizar os papéis em circulação no mercado. Nesta quinta, a empresa aprovou um novo cancelamento, de 133 milhões de ações que estão em sua tesouraria.

Após um período de desaceleração, a cotação internacional do minério voltou a subir esta semana, seguindo movimento verificado nas principais commodities internacionais após o início dos ataques russos à Ucrânia.

No balanço divulgado nesta quinta-feira (24), a Vale não traz referência ao ataque. Em sua avaliação do cenário futuro, diz que as perspectivas para o minério de ferro permanecem positivas diante da recuperação da economia global com a vacinação.

"Acreditamos que a produção de aço global cresça ligeiramente em 2022 à medida que a economia global seja fortalecida pela redução dos gargalos da cadeia de suprimentos, atendendo a demanda reprimida dos últimos anos e aumentando a confiança dos consumidores e empresas", afirmou.

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Por outro lado, a inflação global e o menor crescimento da China podem gerar risco sobre a recuperação. "A longo prazo, a transição de uma economia mais verde exigirá o consumo produtos de minério de ferro de maior qualidade de modo a garantir a redução de emissões."

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