Publicado em 14 de abril de 2021 às 14:23
- Atualizado há 5 anos
Em meio a exigências do Ministério da Economia, que exige aprovações pendentes do Congresso, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), vem pressionando pela reedição do programa de manutenção de emprego, com redução de jornada e salários, além de auxílio para micro e pequenas empresas. >
O assunto foi novamente tratado na reunião do comitê executivo de enfrentamento à pandemia, realizada nesta quarta-feira (14).>
Em declarações após o encontro, Pacheco qualificou o novo programa de corte de jornadas e salários como a salvação dos empregos no Brasil e também manifestou apoio ao Pronampe.>
"Duas medidas importantes que precisam ser tratadas com muito zelo pelo ministério da Economia e que contarão com o apoio irrestrito do Congresso Nacional para a sua aprovação", disse.>
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"Esse diálogo permanece com o ministério da Economia para se identificar a forma para se fazer dentro do regimento, da lei e com a disponibilidade de recursos para essa necessidade.">
Em outra frente, o presidente pautou pela segunda vez, nesta semana, um projeto de lei alternativo ao governo, de autoria do senador Esperidião Amin (PP-SC), que prevê a prorrogação até dezembro deste ano a prorrogação de diversos programas econômicos, entre eles o que prevê redução de salários e jornada de trabalho.>
Na semana passada, a pedido dos líderes do governo, a proposta foi retirada de pauta e então o Palácio do Planalto enviou um PLN (Projeto de Lei do Congresso Nacional) que prevê alteração na LDO para viabilizar esses programas.>
Senadores, no entanto, enxergaram na colocação em pauta dessa proposta na semana passada e na atual como uma tentativa de pressionar a equipe do ministro Paulo Guedes a avançar com a proposta, independente da votação do PLN, que passou a ser considerado essencial pela equipe econômica para a reedição dos programas.>
Durante a sessão na semana passada, o próprio Pacheco havia sinalizado que a proposta elaborada no âmbito do Senado teve o efeito de instar uma ação do governo.>
"Agradeço a vossa excelência, senador Senador Esperidião Amin [por concordar com a retirada de pauta]. E, verdadeiramente, além do bom mérito do projeto, o fato de ter sido ele pautado tem um significado claro para poder instar o Governo Federal à tomada de providências que estão idealizadas nesse projeto. E não há prejuízo algum com a retirada de pauta para que haja esse amadurecimento, mas já se cumpriu, realmente, uma finalidade importante o fato de ter sido pautado", afirmou o presidente do Senado, na semana passada.>
Alguns senadores, inclusive próximos a Pacheco, afirmam que não há a necessidade de aprovação do PLN para que o governo possa trabalhar uma reedição dos programas econômicos. Por isso enxergam a pressão do presidente do Senado como natural, deixando para Guedes e sua equipe resolver as questões relativas a esse programa.>
A liderança do governo no Congresso, por sua vez, afirma que não há divergências de visões a respeito dos requisitos econômicos que viabilizam os novos programas.>
"Não há nenhuma disputa de Executivo e Legislativo a respeito dessas questões. Tanto que o presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco, marcou sessão do Congresso Nacional para a próxima segunda e terça-feira", disse Eduardo Gomes, em referência à votação do PLN que altera a LDO.>
A pressão de Pacheco ocorre em meio à falta de acordo entre Congresso e Economia sobre a reedição do programa de manutenção de emprego e renda.>
No último dia 6, o governo apresentou ao Congresso um pedido de flexibilização da LDO de 2021 para destravar o programa que permite corte de jornadas e salários de trabalhadores, além da suspensão temporária de contratos. A mudança na legislação também deve destravar o Pronampe.>
Dois problemas impedem o lançamento imediato. No primeiro deles, o Orçamento de 2021 não tem espaço para acomodar a medida. Para fazer a proposta avançar, o ministro Paulo Guedes (Economia) afirma que o programa será financiado por créditos extraordinários.>
O segundo entrave está na LDO de 2021. O texto foi aprovado no fim do ano passado com um dispositivo que obriga o governo a compensar novos gastos por meio de aumento de receitas, como reajuste de tributos, ou redução de despesas em outras áreas.>
Esse contrapeso também é exigido para gastos fora do teto. Por isso, o governo quer mudar a LDO e lançar o programa sem uma compensação fiscal.>
O novo programa implicará em aumento de despesa porque, assim como em 2020, o trabalhador afetado pelo corte de remuneração receberá uma ajuda parcial em dinheiro do governo.>
O custo da medida neste ano, segundo o ministro Guedes, deve ficar entre R$ 7 bilhões e R$ 8 bilhões. Técnicos da pasta, no entanto, afirmam que o valor pode chegar a R$ 10 bilhões.>
Em outra frente, o governo quer aprovar uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) para retirar despesas do teto de gastos em 2021 sem decretar o estado de calamidade pública, mecanismo que libera de forma irrestrita gastos ligados à pandemia. A medida ajudaria a resolver o imbróglio no Orçamento deste ano ao abrir espaço para emendas parlamentares.>
O plano em discussão prevê deixar fora da contabilidade do teto de gastos, da meta fiscal e da regra de ouro certos programas gestados pela Economia, como o Pronampe e o BEm (Benefício Emergencial de Manutenção do Emprego), além de iniciativas de outras pastas.>
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