Publicado em 30 de setembro de 2019 às 07:36
Os benefícios para a economia brasileira com a liberação do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) devem ser de, no máximo, 0,30 ponto percentual neste ano e de 0,46 ponto percentual em 2020, segundo projeções feitas pela equipe econômica do Santander. >
O governo apontou, quando anunciou a medida, um impacto de 0,35 ponto percentual sobre o PIB (Produto Interno Bruto), sem separação por período.>
Na sexta-feira passada, a Caixa depositou a seus clientes R$ 5,1 bilhões do dinheiro do FGTS, na segunda rodada de liberação de recursos. Não correntistas têm direito ao saque a partir de 18 de outubro, seguindo um cronograma que se estende até o final de março do próximo ano.>
O cenário básico do banco aponta, porém, incremento mais modesto para a economia brasileira, que poderia crescer 0,20 ponto percentual em cada ano. Segundo Laiz Carvalho, da equipe econômica do banco, as estimativas consideram que todo o dinheiro retirado, até R$ 500 por conta, será usado para consumo.>
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Carvalho afirma ainda que a adesão ao saque aniversário, que deve ser autorizada no próximo ano, deve gerar ainda um aumento adicional de 0,20 ponto percentual ao ano no PIB. A projeção considera que 36% dos trabalhadores mudem o regime de acesso ao dinheiro do fundo, sacando parte dos recursos anualmente em vez da opção de retirada do montante em caso de demissão.>
Nas projeções do Santander, se os valores sacados forem integralmente destinados a pagar dívidas, o impacto sobre o PIB é zero.>
De acordo com a economista, o motivo é que a amortização de parte das dívidas não tem reflexo imediato sobre o consumo das famílias, ainda que exista um impacto positivo depois.>
"Quando tem redução do comprometimento de renda, pode ter impacto depois no PIB. Mas o impacto primeiro é redução de endividamento e aumento confiança", afirma.>
Segundo dados de birôs de crédito, o país tem mais de 60 milhões de pessoas com o nome nos cadastros de devedores. Com os R$ 500 do saque, essas pessoas conseguiriam cobrir apenas 15% da dívida média.>
Caso o dinheiro do FGTS vá para o pagamento de dívidas, a redução do comprometimento de renda pode ser de 0,15 ponto percentual neste e no próximo ano. Na projeção mais otimista, haveria uma redução de 0,25 ponto percentual em 2019 e de 0,40 no próximo ano.>
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