Publicado em 31 de março de 2021 às 15:12
- Atualizado há 5 anos
O relator do Orçamento de 2021, senador Marcio Bittar (MDB-AC), comunicou ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) que, após a sanção do texto, vai cancelar R$ 10 bilhões em emendas como forma de resolver o impasse em torno dos números. O cancelamento será feito nas chamadas emendas de relator (conhecidas tecnicamente como RP9), que direcionam verba a iniciativas de interesse do autor. >
Segundo Bittar, a decisão foi tomada após reflexões entre lideranças e as presidências da Câmara e do Senado. O cancelamento vai ajudar o governo a direcionar os recursos a despesas obrigatórias, como a Previdência, que estavam com menos verba que o necessário.>
Bittar afirmou que o cancelamento será feito tão logo seja sancionado o Orçamento. O entendimento dos parlamentares é que o senador só poderia fazer o cancelamento com base na própria Lei Orçamentária Anual, que está à espera de ser assinada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido).>
Apesar de o Ministério da Economia entender que a sanção do Orçamento da forma como está significaria assinar uma condenação pela Lei de Responsabilidade Fiscal, representantes do Congresso descartam a tese e não veem motivo para a preocupação. A Economia defende que os cerca de R$ 30 bilhões em emendas adicionadas na tramitação do Orçamento fiquem em R$ 16 bilhões, que teria sido o valor combinado inicialmente. A diferença é de aproximadamente R$ 14 bilhões.>
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De acordo com representantes do Congresso, o cancelamento de R$ 10 bilhões já resolveria o impasse. Eles defendem que não há como ir além disso porque há outros buracos no Orçamento, citando que o governo enviou parâmetros defasados para as emendas de bancada.>
As emendas de bancada são calculadas com base na Receita Corrente Líquida da União, que, de acordo com representantes de parlamentares, estava abaixo do número correto. No documento encaminhado a Bolsonaro, o senador não detalha exatamente quais emendas serão canceladas. Segundo Bittar, a escolha será feita pelo Executivo.>
As emendas alocadas por decisão do relator foram turbinadas após Bittar cortar R$ 26,5 bilhões da previsão de despesas obrigatórias, como aposentadorias, pensões, seguro-desemprego e abono salarial.>
A tesourada abriu espaço no Orçamento para mais obras e projetos de escolha de parlamentares, mas incluídos na proposta com a digital do relator. No ofício, o senador diz que o corte deverá ser feito nas emendas das áreas de infraestrutura, desenvolvimento regional e outros ministérios.>
A expansão das emendas de relator foi um acordo político no Congresso para destravar a votação do Orçamento, que foi aprovado na semana passada, com quase três meses de atraso.>
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