Publicado em 21 de fevereiro de 2021 às 20:13
- Atualizado Data inválida
A XP Investimentos rebaixou sua recomendação para as ações da Petrobras de neutro para venda neste domingo (21). O preço-alvo foi revisado de R$ 32, na avaliação anterior, para R$ 24, tanto para ações ordinárias (com direito a voto) quanto para as preferenciais (sem direito a voto). >
Segundo a corretora, a mudança reflete a recente decisão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de indicar o general Joaquim de Luna e Silva para substituir o atual presidente da petroleira, Roberto Castello Branco.>
A decisão pela substituição foi anunciada por Bolsonaro na sexta-feira (19) e representa uma derrota para o ministro Paulo Guedes (Economia), que defendia a permanência do atual executivo no cargo e era contra intervenções na companhia. Prevaleceu o interesse da ala militar do governo.>
Já na sexta-feira (19), depois do anúncio de Bolsonaro, a Petrobras perdeu cerca de R$ 60 bilhões em valor de mercado -R$ 28 bilhões na Bolsa brasileira e outros R$ 30 bilhões nas negociações dos papéis no exterior.>
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Os analistas da XP afirmam que, apesar de ainda não ser possível tirar conclusões sobre qual seria a abordagem adotada por Luna, o anúncio coloca em xeque a independência administrativa da Petrobras e traz o risco de que sua política de preços não seja mais praticada em linha com as referências internacionais (refletindo variações dos preços de petróleo e câmbio).>
A nomeação do general para presidente da Petrobras ainda será discutida pelo conselho de administração da companhia na próxima terça-feira (23).>
Para os especialistas, existem muitas incertezas para justificar um investimento na Petrobras, o que levaria as ações da companhia a serem negociadas a um preço menor em relação ao histórico e a outras petroleiras globais.>
As incertezas em relação à política de preços também podem implicar em uma menor correlação entre as ações e os preços do petróleo.>
"O que importa é a mensagem que está sendo transmitida ao mercado. [...] Por mais que o governo tenha reiterado a defesa da independência da Petrobras e de sua política de preços diversas vezes, acreditamos que o dilema atual persistirá se considerarmos o ambiente atual positivo para os preços do petróleo e momento de depreciação do real ante o dólar", afirmaram os analistas Gabriel Francisco e Maira Maldonado, da área de energia, petróleo e gás da XP Investimentos, em relatório.>
O movimento poderia levar a uma deterioração nos resultados no futuro, não apenas devido às margens de refino mais baixas, mas também devido ao fato de que a Petrobras possa chegar a importar combustíveis com prejuízo para evitar risco de desabastecimento do mercado local.>
Os especialistas dizem, ainda, que as medidas de cunho fiscal em discussão para mitigar os impactos de elevação de preços de combustíveis -como a isenção temporária do Pis/Cofins ou as alterações propostas para incidência do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços)- teriam impactos limitados e pontuais.>
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