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Mesmo com turbulência internacional há espaço para baixar juros, diz Haddad

Mesmo com turbulência internacional há espaço para baixar juros, diz Haddad

Início de crise bancária nos Estados Unidos, com quebra do Silicon Valley Bank (SVB), causa inquietação nos mercados

Publicado em 13 de março de 2023 às 12:13

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Cícero Cotrim e Eduardo Rodrigues

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta segunda-feira (13), que vê espaço para reduzir os juros no Brasil, mesmo diante de um cenário internacional "turbulento". Ele se referiu ao aumento global dos juros e à quebra do Silicon Valley Bank (SVB) nos Estados Unidos.

"Hoje, eu diria que há pouco espaço para aumento da taxa de juros no mundo e diria que tem uma 'gordura' no Brasil que permite a nós — tomando as providências que estão sendo tomadas, e que vêm sendo reconhecidas pelo Banco Central nas atas que ele divulga —, penso que nós temos um espaço que o mundo não tem", afirmou o ministro.

Ministério da Fazenda, Fernando Haddad
Haddad disse que as projeções de inflação estão "bem comportadas" no Brasil. (Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil)

Haddad defendeu que o sistema bancário brasileiro é robusto do ponto de vista da governança e regulação interna e cumpre "com folga" os acordos internacionais. Ele lembrou que a solidez desse sistema contribuiu para que o país atravessasse com mais tranquilidade a crise financeira de 2008.

"Se a gente harmonizar a política fiscal e monetária, nós conseguimos ancorar e navegar em mares internacionais revoltos, porque a nossa condição, na minha opinião, garante isso", disse ele, durante evento organizado pelos jornais Valor Econômico e O Globo.

Haddad afirmou ainda que as projeções de inflação continuam "bem comportadas" no país, mesmo com a reversão do que chamou de "medidas demagógicas" do ano passado, como a desoneração de combustíveis. Hoje, as medianas do relatório de mercado Focus mostraram que as expectativas do mercado para o IPCA estão em 5,96% em 2023, 4,02% em 2024 e 3,80% em 2025, acima do centro da meta em todos os anos.

O ministro criticou ainda o fato de o Brasil trabalhar com um sistema de metas que funciona com base no ano-calendário, que, segundo ele, limita o espaço para que o Banco Central acomode choques. Ele disse ainda que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) vai se deparar com um limite do quanto pode subir os juros sem desorganizar a economia dos Estados Unidos.

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