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Lula cobra lealdade do PT nas discussões sobre o arcabouço fiscal

Lula cobra lealdade do PT nas discussões sobre o arcabouço fiscal

Presidente foi alertado por Arthur Lira que, sem apoio do próprio partido, não será possível exigir votos de outras legendas

Publicado em 15 de maio de 2023 às 21:44

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CATIA SEABRA E VICTORIA AZEVEDO

BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cobrou do PT, nesta segunda-feira (16), fidelidade nas discussões do arcabouço fiscal apresentado pelo ministro Fernando Haddad (Fazenda).

Durante reunião do coordenação do governo, Lula afirmou que o partido do presidente não poderia se opor a uma proposta apontada como crucial para o sucesso de sua administração.

 Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante reunião com Governadores dos Estados e do Distrito Federal.
Lula exige apoio total à proposta apontada como crucial para o sucesso de sua administração. (Ricardo Stuckert/PR)

Segundo participantes, Lula reproduziu argumento apresentado na semana passada pelo presidente da CâmaraArthur Lira (PP-AL), de que não seria possível exigir apoio de outros partidos, até mesmo da base, sem o endosso do PT à proposta.

No fim da noite, após uma reunião da qual Haddad saiu aplaudido, a Executiva do PT acenou com apoio à aprovação do marco no Congresso Nacional, comprometendo-se a não apresentar emendas ao texto avalizado pelo governo.

O desfecho encerra uma negociação iniciada na semana passada e arrematada por uma articulação de Haddad e o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, sob a supervisão de Lula.

Após a cobrança do presidente, a bancada do PT participou de uma reunião virtual com o secretário de Política Econômica da Fazenda, Guilherme Mello — de quem ouviu uma mensagem de otimismo.

Falando em nome do Ministério da Fazenda, Melo afirmou que há expectativa de crescimento da ordem de 2,6% para o ano que vem — o que seria uma boa perspectiva para a atividade, em meio aos temores de membros do partido de que é necessário liberar mais gastos para não deixar a economia arrefecer. O economista ainda minimizou o risco de descumprimento de metas fixadas no arcabouço fiscal.

À noite, foi a vez de Haddad se reunir com integrantes da executiva e da bancada petista. Na reunião, o ministro disse que o governo aumentou a arrecadação sem penalizar a população pobre.

Ele reiterou a orientação de Lula pela preservação da política de valorização do salário mínimo. Ainda segundo participantes, Haddad disse que a previsão de gatilhos não deverá ser aplicada tal como circula nos bastidores.

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou que o partido não se manifestaria sem conhecer o relatório a ser apresentado pelo deputado Cláudio Cajado (PP-BA), relator do arcabouço.

Gleisi disse não ver problemas na adoção de gatilhos desde que em caráter facultativo, como previsto na constituição para estados.

"Nossa posição é de apoio à proposta que veio do governo. O PT não faltará ao governo. O que a gente quer é um relatório que desfigure menos a proposta".

Gleisi disse duvidar que Lula tenha enquadrado o partido, por estimular o debate interno. Ela disse ainda que era importante dizer que a "bancada tem apoio ao projeto do governo".

A presidente do PT ainda elencou cinco preocupações do PT no desenho final que sairá das mãos do relator: modelo de gatilhos, contingenciamentos, aumento de punições, responsabilização criminal e redução da banda de investimentos.

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