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Ibovespa emenda terceira perda, em baixa de 0,58%, e cai para 119.371 pontos

Ibovespa emenda terceira perda, em baixa de 0,58%, e cai para 119.371 pontos

Com a piora em Nova York à tarde, em queda que chegou a superar 1% após quarta-feira positiva, o Ibovespa abandonou a tentativa de ajuste aos ganhos

Publicado em 22 de abril de 2021 às 18:23

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Investimentos, Bolsa de Valores
Investimentos, Bolsa de Valores,. (Pexels)

Com a piora em Nova York à tarde, em queda que chegou a superar 1% após quarta-feira positiva, o Ibovespa abandonou a tentativa de ajuste aos ganhos da quarta-feira (21), em Wall Street, mesmo com a acentuada correção no dólar, que tenderia a favorecer o apetite por ações. Assim, cedeu nesta quinta-feira a linha de 120 mil pontos acima da qual havia se sustentado nos últimos cinco fechamentos, tendo chegado a 121,1 mil no de 16 de abril. Neste pós-feriado de Tiradentes, o índice da B3 encerrou em baixa pelo terceiro dia, agora de 0,58%, aos 119.371,48 pontos, entre mínima de 119.203,20 e máxima de 120.994,84, com abertura a 120.064,36 pontos. O giro financeiro foi de R$ 35,5 bilhões e, na semana, o Ibovespa acumula perda de 1,44%, limitando o ganho do mês a 2,35% - no ano, ainda sobe 0,30%.

"Os juros futuros e o câmbio vinham embutindo mais prêmio de risco pelo Orçamento e o fiscal do que a Bolsa, que estava subindo mesmo em dias de câmbio mais pressionado. Houve então a deixa dada hoje por Nova York, que piorou quando veio o sinal sobre aumento de tributação em ganhos de capital para as pessoas de renda mais alta nos Estados Unidos, firmando o Ibovespa abaixo de 120 mil, mais alinhado agora com o que vinha sendo visto no câmbio e também nos juros", diz Mauro Orefice, diretor de investimentos da BS2 Asset.

Com poucos catalisadores econômicos para os negócios - em dia de discurso do presidente Jair Bolsonaro na Cúpula do Clima, recebido de forma mista -, os investidores optaram mais uma vez pela cautela, à espera da sanção do Orçamento de 2021, com vetos que devem somar R$ 20 bilhões, fator que tem mobilizado a atenção do mercado, ainda preocupado com a situação fiscal doméstica.

Pelo lado positivo, o dólar foi negociado nesta quinta abaixo de R$ 5,50, em parte desafogado pelo encaminhamento do Orçamento "mesmo com um pedacinho fora do teto de gastos", observa Jefferson Menzinger, especialista em câmbio da Valor Investimentos, chamando atenção para a possibilidade de avanço das reformas após a costura política sobre a peça orçamentária.

"Tivemos ajuste hoje no câmbio em relação ao dia de ontem lá fora, com perspectiva melhor para emergentes e, além disso, há sinalização mais 'dovish' do Banco Central Europeu, que favorece o otimismo quanto a uma retomada global. No local, há a expectativa para a sanção presidencial do Orçamento, um capítulo que começa a ficar para trás após meses de discussão, o que favorece também a queda do câmbio, assim como o discurso do Bolsonaro, mais conciliatório", diz Fernanda Consorte, economista-chefe do Banco Ourinvest. "De qualquer forma, o visto hoje no câmbio não deve ser levado para frente, com a questão fiscal ainda longe de ser resolvida - além da força do Congresso frente ao governo, o que pode afetar a percepção sobre Brasil, bem como o atraso na vacinação, levada agora a setembro."

Na política ambiental conjugada à externa, "Bolsonaro trouxe (hoje) guinada em relação à retórica de negacionismo, o que soou um pouco mais agradável para parte dos ouvintes (na cúpula ambiental)", diz Luiz Fernando Quaglio, especialista em investimentos sustentáveis (ESG) da Veedha Investimentos. "Mas ainda há desconfiança em relação ao governo. A pressão dos Estados Unidos trouxe uma mudança. O mais urgente era com relação ao desmatamento e a um plano para a Amazônia, e se espera ratificação do discurso com a prática - ainda há pé atrás com relação a isso, de que a prática não condiz com a retórica, até aqui", acrescenta.

Após duas leves baixas que interromperam cinco ganhos seguidos - a mais longa sequência positiva desde novembro -, o Ibovespa chegou a sustentar a linha de 120 mil pontos em boa parte da sessão, parecendo a caminho de conservá-la no fechamento pelo sexto pregão consecutivo. Mais cedo, os ganhos desta quinta-feira na B3 eram liderados pelo setor de siderurgia, com Usiminas em alta de 5,36% e CSN, de 4,41% no fechamento, após reiteração de recomendação do BTG para compra de papéis das duas empresas, e também da Gerdau (PN +3,19%). Vale ON virou no fim e fechou nesta quinta em leve alta de 0,07%.

Também entre as blue chips, Petrobras teve desempenho misto (PN -0,46% e ON +0,04%), enquanto os bancos fecharam mais uma vez na maioria em baixa, com a Unit do Santander (-2,06%) e BB ON (-0,90%) à frente. Na ponta negativa do Ibovespa, destaque para Lojas Renner (-5,99%), Suzano (-3,79%) e Multiplan (-3,47%). No lado oposto, Cielo teve alta de 6,03%, com Usiminas e CSN um pouco atrás.

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