Publicado em 22 de setembro de 2020 às 21:46
O Ministério da Economia estima que as contas federais vão encerrar 2020 com um rombo de R$ 861 bilhões, o pior resultado da série histórica. A informação foi apresentada nesta terça-feira (22) no relatório bimestral que avalia a arrecadação e os gastos do governo.>
Após atrito público entre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e a equipe econômica na última semana, o documento foi apresentado sem a realização da tradicional entrevista à imprensa para comentar os dados.>
O último relatório, divulgado em julho, estimava que o déficit fiscal do governo central fecharia o ano em R$ 787 bilhões. No início deste mês, no entanto, o governo já havia informado que o rombo seria maior, de R$ 866 bilhões. Agora, essa projeção foi revisada para R$ 861 bilhões.>
Por conta da pandemia do novo coronavírus, o governo ampliou gastos e perdeu receitas. Com a decretação de calamidade pública e a aprovação do chamado Orçamento de guerra, porém, não há obrigação de cumprimento de regras fiscais, como a meta de resultado primário.>
>
Entre a avaliação de julho e a desta terça, o governo ampliou em R$ 84 bilhões os gastos relacionados com a pandemia. O maior deles, de R$ 67,6 bilhões, se destina ao pagamento das parcelas adicionais do auxílio emergencial até o fim do ano.>
Há ainda R$ 12 bilhões para ampliar o programa de crédito a micro e pequenas empresas. Outros R$ 4,5 bilhões foram direcionados ações relacionadas à compra e produção da possível vacina contra o coronavírus.>
Na última semana, o secretário de Fazenda da pasta foi repreendido por Bolsonaro. Ele havia afirmado em entrevista que o plano do governo para custear o Renda Brasil prevê o congelamento de aposentadorias.>
Após repercussão negativa, Bolsonaro determinou a suspensão da formulação do Renda Brasil e pediu que a equipe econômica evite conceder entrevistas.>
Em reunião com secretários, o ministro Paulo Guedes (Economia) repassou o recado e determinou que sua equipe fale o mínimo possível. O objetivo é evitar vazamentos de propostas em formulação.>
Desde então, Waldery Rodrigues saiu dos holofotes. Ele não participou de coletiva de imprensa na última semana para apresentar estimativas da pasta para a economia.>
A entrevista sobre o relatório bimestral, usualmente comandada por Waldery, não ocorreu. O ministério de limitou a apresentar uma nota sobre os números.>
O secretário, no entanto, segue normalmente com sua agenda de compromissos internos no governo.>
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta