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Governo de MG paga contas com valores retidos da Vale por Brumadinho

Governo de MG paga contas com valores retidos da Vale por Brumadinho

Uma decisão judicial nesta terça-feira (19) permitiu que o governo de Minas Gerais usasse R$ 1 bilhão de valores retidos judicialmente da Vale, pelo desastre de Brumadinho, que deixou 270 mortos, para cumprir os pagamentos das contas de maio

Publicado em 20 de maio de 2020 às 18:59

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Brumadinho após o rompimento da barragem
Brumadinho após o rompimento da barragem. (Corpo de Bombeiros/Divulgação)

Uma decisão judicial nesta terça-feira (19) permitiu que o governo de Minas Gerais usasse R$ 1 bilhão de valores retidos judicialmente da Vale, pelo desastre de Brumadinho, que deixou 270 mortos, para cumprir os pagamentos das contas de maio.

O anúncio foi feito pelo governador Romeu Zema (Novo) nesta quarta (20). O uso dos valores foi liberado pela mineradora, desde que sejam abatidos do valor a ser fixado pela Justiça na condenação final. Segundo Zema, sem a receita extraordinária, o estado não teria condições de fechar as contas do mês.

O dinheiro viabilizou a quitação das parcelas do 13º salário ainda pendentes para 17% dos servidores e o pagamento da folha de maio do funcionalismo -a 1ª parcela, de até R$ 2.000, será paga no dia 22; a segunda, com o valor restante, será paga no dia 27.

Zema, que terá reunião com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nesta quinta-feira (21), disse que a ajuda federal prevista para Minas Gerais é insuficiente. O valor aprovado no Congresso para o estado é de R$ 750 milhões mensais, diz ele.

"O mês de junho, realmente, nos preocupa", afirmou Zema. "É totalmente insuficiente para fazermos face a uma queda na arrecadação que beira R$ 2 bilhões em um mês, que é o que estamos esperando para junho".

Em abril, quando a arrecadação sofreu o primeiro impacto da paralisação da economia devido à pandemia, as contas foram pagas com recurso extraordinário de créditos que o estado tinha para receber do extinto banco Bemge.

O governador também comentou sobre repasses da Lei Kandir e o acordo firmado com a União -o estado pleiteou judicialmente R$ 150 bilhões e vai receber R$ 8,5 bilhões.

Zema, que tem se mantido próximo a Bolsonaro durante a crise do novo coronavírus, diz que o valor pedido pode ser justo, mas que se a União deve isso apenas a Minas Gerais, a conta passaria de R$ 1 trilhão somando-se os outros estados, sendo, portanto, necessário se curvar à realidade dos fatos.

"Durante anos, anos e anos, o mineiro ficou escutando de seus governantes que o milagre, a cura viria de Brasília. Não. A cura tem que vir do nosso trabalho. Ficar dependendo de terceiros é igual filho mimado, que fica querendo que o pai e a mãe resolvam tudo. Minas tem de tomar vergonha e resolver seus problemas", afirmou ele.

O estado tem 5.286 casos confirmados e 177 mortes pela Covid-19, segundo o boletim desta quarta (20). Segundo a Secretaria de Saúde, 2.766 casos foram recuperados e 2.343 estão em acompanhamento.

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