Publicado em 16 de julho de 2024 às 19:08
O diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, avaliou nesta terça-feira, 16, que o debate sobre as eleições à presidência dos Estados Unidos tem impactado a discussão econômica. Ele participou nesta tarde de um fórum organizado pelo Sicredi em Anápolis (GO).>
Segundo Galípolo, há hoje uma vertente que diz que uma política protecionista nos Estados Unidos geraria impacto inflacionário maior, trazendo custos para a política monetária. Por outro lado, segundo ele, há visões de que o candidato Donald Trump, se eleito, poderia enfraquecer o dólar para obter maior competitividade.>
Assim, Galípolo afirmou que é necessário maior cautela na gestão da política monetária. Ele disse ainda que, como cidadão, há uma preocupação quanto à ideia de desglobalização. "Desafio é pensar como reconstruir e avançar no processo de integração das economias", disse.>
O diretor de Política Monetária do BC afirmou que vários fatores econômicos, como o mercado de trabalho mais aquecido, sugerem que o processo de desinflação deve ser mais lento e custoso. Ele disse ainda que os juros mais altos nos Estados Unidos costumam ser mais adversos aos países emergentes, mas reforçou que não há uma relação mecânica. >
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Galípolo reiterou que a prioridade do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central é de atingir uma convergência de expectativas. Segundo ele, diferentemente do que imaginado, uma queda na inflação corrente piorou o quadro de expectativas. >
O diretor esclareceu ainda que, quando o Copom menciona com mais ênfase uma variável, como as expectativas, por exemplo, não significa que ela tenha maior peso na análise dos técnicos.>
"É importante esclarecer que, desde que cheguei, tiveram vários momentos em que a gente dava mais ênfase a um tema específico (...) Isto não significa que estamos dando um peso diferente para aquela variável nas nossas análises. Nós estamos simplesmente tentando ser transparentes e comunicar aos agentes o que está nos preocupando mais no momento e chamando nossa atenção", disse. >
O diretor de Política Monetária do BC avaliou que o debate sobre a desaceleração econômica da China voltou a ganhar força com dados recentes. Por outro lado, segundo ele, nos Estados Unidos, a discussão sobre juros é mais sobre "quando" do que de "direção", no que diz respeito à redução das taxas. >
Durante sua fala, Galípolo reforçou que o debate global é sobre quando os bancos centrais avançados vão começar a flexibilizar as taxas de juros. O diretor ponderou que o Brasil tem uma vantagem competitiva em segurança alimentar, por exemplo. "Segurança alimentar vem ganhando maior peso e Brasil pode aproveitar esse cenário de pleitear posição melhor", disse.>
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