Publicado em 26 de fevereiro de 2020 às 20:54
A dificuldade em receber componentes importados da China levou à nova redução na produção de aparelhos celulares para a Motorola no interior de São Paulo.>
A unidade da LG em Taubaté também vai parar por dez dias a partir de segunda-feira (2).>
O setor de eletroeletrônicos compra da China 42% de seus componentes -foram R$ 32,8 bilhões negociados em 2019. Outros 38,3% também vêm de países asiáticos.>
A Flextronics, que produz para a Motorola na fábrica de Jaguariúna, também no interior de São Paulo, deu férias coletivas entre os dias 17 e 28 deste mês e já informou que renovará a pausa entre os dias 9 de 28 de março. >
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Inicialmente, cerca de 80% dos 3,2 mil funcionários da linha de produção ficariam dez dias em casa e voltariam nesta quarta-feira (26), mas a empresa prorrogou o descanso por mais dois dias.>
Agora, segundo o sindicato dos metalúrgicos de Jaguariúna, cerca de metade dos funcionários -os que ainda têm saldo de férias- ficarão 20 dias em casa para ajustar a produção.>
O presidente do SindMetal de Jaguariúna, José Franscico Salvino, diz que a empresa comunicou a necessidade de reduzir temporariamente a atividade na fábrica pois não consegue receber um componente necessário à montagem dos aparelhos.>
A Flextronics não informa qual é a produção diária na unidade, devido ao sigilo previsto em contrato. >
A Motorola diz que a Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica) é quem está falando pelo setor.>
Na fábrica da Samsung em Campinas houve uma pausa entre os dias 12 e 14 deste mês. Sidalino Orsi Jr, presidente do sindicato da região, diz que dois dos três dias serão compensados pelos trabalhadores, mas que a empresa não informou nenhuma outra alteração na linha de produção.>
Segundo a Abinee, 57% das empresas associadas estão com problemas no recebimento de materiais importados da China. Sondagem divulgada pela empresa na sexta (21) aponta a fabricação de celulares e computadores como os segmentos mais afetados pela redução na produção chinesa.>
Duas semanas antes, o percentual de empresas que relatavam dificuldades era cinco pontos menor. Para o presidente da associação, Humberto Barbato, o avanço indica o agravamento da situação das indústrias que dependem de componentes externos.>
A associação não detalha quais as empresas afetadas ou o quanto o setor deixou de produzir até agora, mas diz que 4% estão com paralisações parciais e outras 15% programam reduções nas linhas.>
Apesar do impacto, a Abinee diz que ainda não há risco de faltar produtos como celulares e computadores no mercado brasileiro, ao menos por enquanto.>
A Eletros (Associação Nacional de Fabricantes de Eletroeletrônicos) informou em nota que a instabilidade provocada pela epidemia poderá afetar os estoques, mas que isso ainda não aconteceu. A entidade representa 33 empresas que produzem eletrodomésticos da linha branca (fogões, geladeiras e máquinas de lavar) e eletroportáteis, como secadores de cabelo e ventiladores -essa produção segue em ritmo normal.>
Segundo a associação, insumos que chegam ao país por via aérea estão perto de volumes críticos. A Eletros diz que ainda não é possível afirmar quanto tempo os estoques durariam, pois as condições, de uma empresa para outra, são diferentes. O estoque de produtos que chega ao país por via marítima deve durar 70 dias.>
No setor automobilístico, entidades do setor informam que, embora preocupante, as empresas trabalham com um grande estoque de componentes importados. O volume armazenado tem sido monitorado diariamente. Ainda não existem relatos de paralisação das fábricas.>
Nesta quarta (26), a Moody's divulgou relatório ampliando a estimativa de queda nas vendas mundiais de automóveis. Inicialmente, projetada em 0,9%, agora está estimada em 2,5% em 2020. Na China, a queda nas venda deve ser de 2,9% --em estimativa anterior, a Moody's previa um crescimento de 1% nesse mercado.>
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