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Exportação de mamão pode ser a menor em duas décadas

Exportação de mamão pode ser a menor em duas décadas

A previsão é de que seja vendido ao mercado externo no máximo 11 mil toneladas este ano

Publicado em 20 de agosto de 2018 às 00:31

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O Brasil é o 2º maior produtor mundial de mamão, com uma produção de 1,5 milhão de toneladas por ano. (Divulgação)

Neste ano, estima-se que a exportação de mamão seja a menor dos últimos 19 anos, atingindo, no máximo, 11 mil toneladas. Para 2018, a previsão é de que seja vendido ao mercado externo de 3 a 4 mil toneladas a menos do que no ano anterior.

De acordo com dados do sistema Comex Stat, do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, em 2017, o Espírito Santo exportou, até junho daquele ano, 8,9 mil toneladas de mamão, a mesma quantidade apresentada neste ano no mesmo período.

Segundo Rodrigo Martins, presidente da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Papaya (Brapex), em média o Estado exporta de 12 a 14 mil toneladas por ano. Mas como no segundo semestre a produção geralmente diminui, dificilmente o Estado vai recuperar o volume do produto, fazendo o Espírito Santo registrar um dos índices mais baixos de colheita.

“Devemos ter uma exportação de dez mil toneladas, mas em um cenário mais positivo, chegaremos a, no máximo, 11 mil toneladas”, disse.

Se o cenário se confirmar, será o pior resultado desde 1999, quando o Estado exportou 11,05 mil toneladas. “O Espírito Santo exporta mamão formosa e papaya na mesma proporção. No mercado externo, há uma demanda maior da qualidade formosa, por ser um produto maior e de mais sabor. Porém, devido a chuvas que caíram em grande quantidade, o mamão capixaba acabou perdendo qualidade e, com isso, mercado”, disse.

COMÉRCIO

De acordo com dados da Embrapa, o Brasil é o segundo maior produtor mundial de mamão, com uma produção de 1,5 milhão de toneladas por ano. Sendo que o produto capixaba abastece principalmente os mercados em Portugal, Espanha, Inglaterra e Estados Unidos.

Segundo Martins, todo o mamão exportado pelo Estado representa 6% do que é produzido pelo Espírito Santo. Os outros 94% ficam no mercado interno.

Em 2016, de acordo com os dados do Comex Stat, o Estado comercializou internacionalmente aproximadamente US$ 16,7 milhões em mamão. Em 2017, US$ 16,4 milhões. E, de janeiro a junho deste ano, US$ 11,6 milhões.

Em toda a série histórica de comercialização de mamão, que é realizada desde 1997, o maior montante de exportação em dólares ocorreu em 2008, quando o Espírito Santo comercializou US$ 20,6 milhões, o que representou 15,12 mil toneladas do produto vendidos ao mercado externo.

Já a maior quantidade de mamão exportada foi em 2003, quando o Estado comercializou 27,47 mil toneladas, gerando uma receita de US$ 19,8 milhões em exportação.

 

PLANTIO

 

De acordo com a Brapex, a área de plantio no Estado caiu de 2017 para 2018. No ano passado, eram cerca de 7 mil hectares de produção. Neste ano, a área de cultivo caiu para 4,5 mil hectares.

Segundo o presidente da Braspex, essa queda pode ser explicada pelo valor de mercado que o quilo do mamão atingiu em 2017. “No ano passado, a média de preço do quilo da fruta vendida na roça estava em R$ 0,55. Com esse valor, muitos produtores acabaram ficando receosos e diminuíram a área para este ano”, afirmou Martins.

 

Ainda de acordo com o presidente, neste ano, o preço melhorou bastante. “A média de 2018, até julho, está em R$ 1,10 o quilo”, disse.

CUIDADOS

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O mamoeiro gosta de temperaturas entre 22°C e 26°C. Além disso, os locais indicados são aqueles com precipitações que ficam entre 1,8 mil e 2 mil milímetros por ano. O plantio também não é indicado em locais com temperaturas abaixo de 15°C. Nessas condições, a árvore tem o seu desenvolvimento vegetativo paralisado, redução do florescimento, atraso na maturação e produz frutos de baixa qualidade.

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