Publicado em 21 de outubro de 2020 às 14:30
Os produtores de alumínio do país foram surpreendidos no início do mês com a imposição de sobretaxa para as importações pelos Estados Unidos, maior mercado externo de chapas brasileiras. A medida foi anunciada uma semana antes de acordo entre os dois países sobre medidas de facilitação de comércio. >
De acordo com a Abal (Associação Brasileira do Alumínio), a sobretaxa inviabiliza totalmente as exportações para o mercado americano. "Na prática, paramos de exportar", disse em nota o presidente executivo da entidade, Milton Rego.>
Em 2019, segundo a Abal,o Brasil enviou 31,5 mil toneladas de alumínio aos Estados Unidos, o que correspondeu a US$ 90,3 milhões (cerca de R$ 500 milhões, pela cotação atual).>
Entre janeiro e agosto de 2020, as exportações brasileiras de alumínio somaram US$ 600 milhões (R$ 3,3 bilhões), 5,9% a mais do que no mesmo período do ano anterior. Em volume, a alta é maior, de 42%, para 233,5 mil toneladas.>
>
A Abal diz que as novas taxas variam entre 50% e 137%, de acordo com o exportador. Antes, havia a opção de sobretaxa de 10% ou pela adoção de cotas de exportação, opção escolhida pelos produtores de alumínio brasileiros.>
Os novos valores começaram a vigorar no dia 9 de outubro e valem para 18 países que são acusados por produtores americanos de praticar dumping (fornecimento de produtos abaixo do preço de custo).>
A denúncia foi feita à OMC (Organização Mundial do Comércio) ha três meses, mas diante das reclamações dos produtores locais, o governo Donald Trump decidiu aplicar as sobretaxas preventivamente.>
Os países impactados vinham substituindo as exportações chinesas ao mercado americano, prejudicadas pela guerra comercial entre os dois países.>
A imposição de sobretaxa ocorre em meio à campanha eleitoral nos Estados Unidos e num momento em que Estados Unidos e Brasil tentam reforçar a imagem de parceiros comerciais, com a assinatura de acordos de cooperação que incluem compromissos para avançar no comércio de bens e serviços, bem como a busca por possibilidades de financiamento.>
"Nós acreditamos que o acordo de colaboração econômica entre os Estados Unidos e o Brasil terá resultados promissores", declarou nesta terça (20) a presidente do banco de exportações norte-americano, Kimberly Reed, em visita a Brasília.>
A delegação foi liderada pelo conselheiro de Segurança Nacional do governo Trump, Robert O'Brien e teve como principal objetivo pressionar autoridades brasileiras a criar barreiras para a participação da empresa chinesa Huawei no futuro mercado de internet 5G.>
O alumínio é apontado por industriais e construtoras brasileiros como um dos produtos escassos durante a retomada econômica após a pandemia.>
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta