Publicado em 3 de setembro de 2019 às 17:51
A equipe econômica estuda lançar um pacotão de medidas macroeconômicas para, de uma vez só, reduzir a carga tributária de empresas, criar novas regras trabalhistas para jovens que estão entrando no mercado e instaurar um novo sistema previdenciário. Isso além de recriar um imposto nos moldes da antiga CPMF. >
Os temas parecem desconexos em um primeiro momento, mas a ideia central é até simples: estimular a criação de empregos para pessoas mais jovens através da desoneração de impostos de empresas.>
Para explicar melhor, dividimos o programa, que tem sido chamado de Emprego Verde e Amarelo, em cinco pontos:>
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1. Estímulo à contratação de jovens>
O cerne do programa é estimular empresas a contratarem jovens até determinada idade (que ainda está sendo definida pelos técnicos do governo) que estão entrando no mercado de trabalho e pessoas que estão sem carteira assinada há mais de dois anos.>
Esses jovens seriam contratados por um novo regime trabalhista. Não se sabe se com menos direitos ou não, mas os básicos, como 13º salário, férias e FGTS não serão alterados segundo fontes do governo.>
2. Desoneração da folha para empresas>
As empresas que contratarem esses jovens teriam como estímulo a desoneração da folha de pagamento, um dos principais custos do setor produtivo. Hoje, empregadores recolhem 20% sobre os salários dos funcionários para financiar a Previdência.>
Essas companhias terão a folha desses funcionários desonerada por um período de seis meses. Elas porém terão de cumprir algumas condições, como o compromisso de manter os funcionários empregados por mais seis meses após o fim da desoneração.>
O instrumento não poderá ser usado para substituir funcionários atuais (sobre os quais há recolhimento de tributos) e baratear o custo atual das empresas.>
A desoneração nessa modalidade de contratação será total e englobará os encargos patronais pagos ao INSS, Sistema S, Incra e salário-educação. A alíquota seria, depois de um período de transição, de 1% 0,5% na entrada e 0,5% na saída.>
3. Novo imposto para compensar perda>
Para compensar a perda de receita com a desoneração das empresas, haverá a criação de um novo imposto, que seria cobrado sobre meios de pagamento a todas as pessoas físicas e jurídicas, ideia que vem sendo chamada de nova CPMF.>
Segundo apurou o jornal O Globo, o novo tributo acabaria pesando menos sobre o faturamento das empresas do que a contribuição sobre a folha. Em média, o custo cairia de 14,2% para 3,25%.>
A diferença é que ao invés de ser um tributo pago apenas por empresas, como é a contribuição da folha, a nova CPMF atingiria todos os brasileiros que passariam a pagar impostos sobre operações hoje isentas, como transferências bancárias. Na prática, você será tributado até ao pagar mesada do seu filho.>
4. Criação de novo sistema previdenciário>
Sem a tributação da folha com o recolhimento ao INSS, também seria necessário criar um sistema previdenciário de capitalização, em que cada trabalhador dessa nova modalidade financiará sua própria aposentadoria.>
Os recursos sairão da alíquota que hoje cada trabalhador tem descontado de sua folha de pagamento (entre 8% e 11%). Ainda está em discussão se também haverá alguma contribuição do empregador.>
5. Criação de empregos formais>
A ideia é mostrar na prática que a medida vai impulsionar a geração de empregos, sobretudo dos entrantes no mercado de trabalho, para que haja apoio político para uma desoneração mais ampla da folha das empresas.>
O alívio na carga tributária seria o estímulo, portanto, a novos investimentos e abertura de postos de trabalho no país, incentivando a atividade econômica a voltar a crescer.>
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