Publicado em 29 de março de 2019 às 19:24
O ano de 2018 foi negativo para o mercado de fertilizantes. Uma das maiores empresas do setor, a capixaba Fertilizantes Heringer, fechou o ano com prejuízo de R$ 779,61 milhões. O valor foi quase seis vezes pior do que o apresentado um ano antes (R$ 125,6 milhões). >
As incertezas geradas pela greve dos caminhoneiros junto a eleição presidencial, a volatilidade do dólar e ao preço de insumos usados em sua produção agravaram o quadro da companhia que já apresentava problemas. Devido à má situação, a empresa entrou em recuperação judicial em fevereiro deste ano.>
As informações foram passadas pelo diretor-presidente da Fertilizantes Heringer, Dalton Heringer, em teleconferência realizada para investidores na manhã desta sexta-feira (29).>
Segundo o presidente da companhia, essa série de fatores colocou uma pressão muito grande em cima da dívida que a empresa tinha com fornecedores e bancos.>
>
"A companhia se viu obrigada a buscar, por meio da recuperação judicial, a proteção necessária para dar continuidade à execução de seus negócios, o que fez com que a empresa tivesse que fazer uma reestruturação muito grande dos seus negócios, diminuindo o número de unidades em operação", explicou no comunicado.>
Nos primeiros meses deste ano, a empresa de fertilizantes paralisou a operação em nove unidades espalhadas por todo o país. No ano passado, ela já tinha encerrado as atividades em três unidades terceirizadas. Com isso, das 19 unidades que operavam no país, apenas sete continuam em produção, incluindo a de Viana, na Grande Vitória.>
PREJUÍZOS>
Entre os anos de 2017 e 2018, o número de entregas realizadas pela Heringer caiu 32,4%, passando de 4,22 milhões de toneladas para 2,85 milhões de toneladas. A maior redução ocorreu no último trimestre de 2018, com queda de 68,6% comparado com o mesmo período do anterior.>
Se a entrega amargou resultados desfavoráveis não foi muito diferente com a receita da empresa. O lucro bruto da empresa em 2018 foi seis vezes inferior ao do ano anterior. Em 2017, a companhia fechou o ano com R$ 125,6 milhões negativos em caixa. Já ano passado, o prejuízo passou para R$ 779,61 milhões.>
Para tentar reverter o quadro, a diretoria da empresa pretende aprovar o plano de recuperação judicial. Além disso, ela conta com a expectativa de uma boa safrinha, o que demandará o mercado de fertilizantes.>
"Boa parte da queda ocorrida no ano foi gerada no segundo semestre, se acentuado no quarto trimestre, com queda que 61,3% naqueles três meses. Toda a realidade de alta das matérias-primas, volatilidade do dólar, greve dos caminhoneiros e eleições fizeram com que o custo das matérias-primas oscilassem muito. Isso fez o patrimônio líquido da companhia ficar negativo", comentou o presidente.>
Dalton Heringer ainda ressaltou que em 2017 a empresa já estava operando abaixo dos patamares históricos da companhia.>
AÇÕES EM QUEDA >
Nos últimos meses, as ações da empresa (FER HERINGER ON) vêm em uma tendência de baixa. Em janeiro deste ano, chegaram a valer R$ 4,65. Em função das pressões decorrentes do processo de recuperação judicial, desde o dia 5 de fevereiro o valor dos papéis não conseguiu sair da casa dos R$ 2,50.>
Na abertura da B3 desta sexta-feira (29), pouco antes do anúncio do balanço do ano de 2018 ser feito, as ações da empresa chegaram a R$ 2,20 e, após a publicação dos resultados, subiram e atingiram o pico de R$ 2,30 por volta das 13h30. No entanto, os papéis da empresa fecharam, às 17 horas, em baixa de 0,45%.>
>
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta