Publicado em 18 de fevereiro de 2020 às 15:30
Em uma carta enviada ao jornal londrino Financial Times, o bilionário George Soros afirmou que Mark Zuckerberg deve parar de "ofuscar os fatos argumentando piamente pela regulamentação do governo" e que o executivo e a diretora de operações Sheryl Sandberg devem ser removidos do controle do Facebook.>
Em artigo de opinião publicado no dia 16 de fevereiro, Zuckerberg afirmou que as big techs precisam de mais regulamentação e que novas regras podem prejudicar os resultados do Facebook a curto prazo, mas ajudarão a longo prazo.>
Na segunda-feira (17), a União Europeia rejeitou a proposta do Facebook sobre como o conteúdo online deveria ser regulamentado, advertindo que a companhia de mídia social terá de assumir mais responsabilidade pelo material ilegal veiculado em suas plataformas.>
"Não acho que as empresas privadas devam tomar tantas decisões sozinhas quando tocam em valores democráticos fundamentais", afirmou o presidente do Facebook no artigo do Financial Times.>
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Segundo Soros, Zuckerberg tem se envolvido em acordos de assistência mútua com o presidente Donald Trump, o que o ajudará a ser reeleito. "O Facebook não precisa esperar que os regulamentos do governo parem de aceitar qualquer publicidade política em 2020 até depois das eleições", diz a carta. "Se houver alguma dúvida sobre se um anúncio é político, ele deve agir com cautela e se recusar a publicar. É improvável que o Facebook siga esse curso".>
Na segunda, Mark Zuckerberg fez uma visita a Bruxelas para se reunir com autoridades da União Europeia, encontrar jornalistas e divulgar um estudo chamado "Mapeando o Caminho Adiante: Regulamentação de Conteúdo Online".>
O documento, de 13 páginas, sugeria que fossem adotadas políticas mundiais, e não nacionais, sobre o que é permissível, e que as companhias de internet não deveriam enfrentar qualquer responsabilidade judicial pelo conteúdo veiculado em suas plataformas, ou a liberdade de expressão se veria restringida.>
Em lugar disso, o Facebook propôs que as companhias sejam responsabilizadas pelos padrões e sistemas que adotarem a fim de combater o conteúdo ilegal. A empresa também argumentou que as companhias deveriam ter flexibilidade para que possam testar tecnologias de moderação de conteúdo.>
Thierry Breton, o comissário francês que supervisiona a estratégia da União Europeia quanto aos dados, rejeitou os planos depois de uma reunião com Zuckerberg, dizendo que o Facebook demorava demais a apresentar ideias sobre como remover o conteúdo ilegal e advertindo que a União Europeia estava se preparando para agir.>
"Não é suficiente. O processo seria lento demais, eles assumem pouca responsabilidade, e a regulamentação seria insuficiente", disse Breton, acrescentando que o Facebook não havia citado seu domínio sobre o mercado.>
As companhias de internet estão se preparando para uma reforma das regras sobre a internet, este ano, com as autoridades regulatórias de Bruxelas esclarecendo regras adotadas duas décadas atrás sobre conteúdo ilegal, desinformação e transparência na publicidade.>
O Facebook também está enfrentando potenciais investigações antitruste em Bruxelas. Em dezembro, a unidade de defesa da competição da Comissão Europeia enviou questionários detalhados a rivais do Facebook em uma tentativa de compreender de que maneira a rede social recolhe dados de forma potencialmente prejudicial para seus concorrentes. Até agora, o Facebook é a única das quatro grandes companhias de internet dos Estados Unidos a ter escapado a um inquérito formal.>
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